Apesar de achar maravilhoso o texto “Cortar o tempo”, erradamente atribuído a Carlos Drummond, e ainda melhor o poema de real autoria dele, “Receita de Ano Novo”, sempre preferi uma abordagem mais “um dia após o outro” na minha vida.
Sempre preferi a renovação imediata, em vez de aguardar uma abstrata virada do calendário. Quando me formei, montei escritório na semana em que colei grau.
Quando decidi entrar para a política, filiei-me ao Novo na semana em que o partido recebeu seu registro. Quando fui eleito, comecei a cortar despesas antes mesmo da minha posse, abrindo mão de privilégios aos quais teria direito.
A vida na política, contudo, me impôs a realidade dos calendários anuais, sejam orçamentários ou eleitorais. E, com essa realidade, o clichê das retrospectivas e a esperança das previsões.
Olho para trás satisfeito com o trabalho que eu e o governo Zema conseguimos fazer. No meu gabinete, trabalhei com uma equipe de apenas um terço do total de assessores disponíveis, recrutados de forma técnica e com ajuda de empresa profissional de RH e economizei 95% da verba indenizatória. Fui o parlamentar mais econômico da Assembleia, com R$ 2,35 milhões poupados dos cofres públicos até o final de novembro. Criei a Frente Parlamentar pela Desburocratização, que sugeriu ao governador 117 burocracias para serem eliminadas com o objetivo de simplificar a vida do cidadão mineiro. Consegui aprovar meu primeiro projeto de lei, que traz justiça e igualdade de oportunidades na concessão de incentivos fiscais.
Junto com o deputado federal Tiago Mitraud, criei o programa Liberta Minas, que espalhou voluntários por mais de 60 cidades mineiras para ajudar na luta por mais liberdade e que realizou o maior edital para destinação técnica de emendas parlamentares de todo o Brasil, com 1.973 projetos inscritos.
O governo Zema também recrutou seu secretariado de forma técnica e profissional, produziu os melhores índices de segurança pública da década, iniciou reformas em mais de 200 escolas, retomou o pagamento dos serviços de saúde e dos fornecedores de medicamentos, voltou a praticar os repasses para os municípios e está muito próximo de colocar em dia os salários do funcionalismo.
Fizemos tudo isso sendo novatos. Isso me faz olhar para 2020 com olhos cheios de esperança. Nas eleições que ocorrerão em outubro, Minas poderá colocar nos municípios ainda mais novatos com essa mesma mentalidade, mas isso não cairá do céu nos nossos colos. Nas verdadeiras palavras de Drummond, “para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo”. Que as urnas de 2020 mostrem que Minas merece mais liberdade e boa política.