Professor WendelFormado em Comunicação Social e Artes Cênicas pela UFMG. Professor universitário e deputado estadual pelo Solidariedade

Brasil: da colônia para a República

12/11/2021 às 17:01.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:14

Hoje, 15 de novembro, o Brasil relembra e celebra o momento crucial em que o país deixou de se curvar a um regime parlamentarista que pertencia ao império, cujo sistema impunha censura e uma rigidez que passava por cima dos desejos do povo, para dar seus primeiros passos rumo a República Federativa do Brasil, como a conhecemos hoje.

A famosa Proclamação da República não se deu do dia pra noite, o processo foi lento e gradual, na medida em que o descontentamento do povo em relação a escravidão, a censura e o descontentamento militar em relação a salário, carreira e sua respectiva participação política cresciam. Essa corrente vanguardista tomou espaço, clamando por laicidade, liberdade de expressão e buscando suprir o crescente ensejo por modernização no país.

Partindo de 1870 até 1889 a monarquia decaiu pouco a pouco, e o regime enfrentou muita instabilidade política. Muito dessa inconsistência veio dos reflexos da guerra do Paraguai e da ascensão dos ideais republicanos que foram compilados no Manifesto Republicano no ano de 1870.

O desejo por modernização e liberdade uniu grupos até então antagônicos, os abolicionistas, as elites emergentes, os militares e os civis, sendo o denominador comum a descrença de que a monarquia daria conta de conduzir o Brasil rumo a um progresso maior, e a revolta em relação às imposições que a monarquia abarcava.

O direito de exercer uma religião; ou a ausência dela; os direitos dos militares, o desmonte da escravidão e o direito de expressar queixas e crenças que destoem daqueles pregados pelo regime político vigente são consequências diretas do republicanismo e seus ideais positivistas.

A importância de se olhar para o passado mora na possibilidade de vislumbrar um futuro em que não cometamos erros já cometidos, avançando assim mais rapidamente para um futuro cada vez mais ético e modernizado, seja no campo da economia, da educação, da saúde ou da segurança pública. Um futuro em que as disparidades sociais deixem de existir e onde a liberdade seja a tônica da vez.

Como no período de transição colônia para república os grupos antagônicos das variadas classes sociais do Brasil do século XIX se uniram para juntos derrotarem um regime que afetava negativamente a todos, é nosso dever deixar de lado as diferenças socioeconômicas, raciais e ideológicas, para que juntos consigamos derrubar as mazelas sociais, injustiças e desigualdades que assolam a República Federativa do Brasil do século XXI. Que esta seja uma das reflexões de todos nós brasileiros, neste 15 de novembro, Dia Proclamação da República.

© Copyright 2025Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por