Dia Internacional da Síndrome de Down

Há alguns bons anos tive a alegria de conhecer o Leonardo Gontijo e o irmão dele, Dudu do Cavaco, um jovem brilhante, que não permitiu que a sua condição genética o impedisse de realizar os seus sonhos. Dudu do Cavaco é o primeiro músico com síndrome de Down do Brasil a gravar um DVD e CD. Além de ser um instrumentista de tirar o chapéu, Dudu também é modelo, palestrante, ator e uma referência como influenciador nas redes sociais. 

No nome, Dudu do Cavaco, carrega o amor pela música. Ainda criança, ele começou a tocar pandeiro, aos 12 anos aprendeu cavaquinho e não parou por aí, atualmente, Dudu toca nove instrumentos profissionalmente. A dedicação e o talento, naturalmente o conduziram para a carreira artística.
A história de superação de Dudu foi contada em um livro publicado por seu irmão, Leonardo Gontijo. E juntos fundaram, há quase 10 anos, o Instituto Mano Down, em Belo Horizonte. Um projeto social que surgiu para socialização de pessoas com síndrome de Down, e atualmente oferece palestras, oficinas culturais e esportivas, projetos de inclusão escolar e voltados para inserção desse público no mercado de trabalho. 

São ações inclusivas que têm impactado a vida de centenas de famílias na capital mineira e em todo o Brasil.
Resgatei parte da história do Dudu do Cavaco em homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado nesta terça-feira, 21 de março. Uma data para celebrar a vida das pessoas acometidas por essa condição, que assim como o Dudu do Cavaco, apesar dos desafios, transmitem esperança e alegria, mostrando como a vida é preciosa independente das limitações.

No último mês, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) deu um importante passo rumo à inclusão, ao assumir o protagonismo de ser o primeiro órgão público a abrir oportunidades de trabalho para pessoas com síndrome de Down. O presidente do TJMG, desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho assinou um contrato de prestação de serviços com o Instituto Mano Down. O contrato prevê quatro recepcionistas, quatro auxiliares administrativos e dois garçons, todos jovens e adultos com deficiência intelectual. Os profissionais, que precisam ter concluído pelo menos até a 4ª série do ensino fundamental, vão trabalhar cinco horas diárias, de segunda a sexta-feira.

No momento em que são oferecidos espaços para que as pessoas com síndrome de Down possam mostrar suas habilidades e contribuições únicas, a sociedade como um todo se beneficia.

A inclusão e a oportunidade são essenciais para que elas possam ter uma vida plena e realizada, com acesso à educação, trabalho e interação social.

*Formado em Comunicação Social e Artes Cênicas pela UFMG. Professor universitário e deputado estadual pelo Solidariedade