Professor WendelFormado em Comunicação Social e Artes Cênicas pela UFMG. Professor universitário e deputado estadual pelo Solidariedade

Homens e mulheres em campo

Publicado em 19/12/2022 às 06:00.

A Copa chegou ao fim, e por mais que não tenhamos alcançado o tão sonhado hexa, alcançamos pessoas, comunidades e mais importante que isso despertamos mais uma vez o senso de coletividade e de união enquanto nação brasileira.

Com o desenrolar dos jogos, mesmo que no Qatar, movimentamos, aqui no Brasil, o comércio local, giramos a economia e vibramos com cada passe e com cada jogada digna de replay. Mas para além dos lances de tirar o fôlego, essa Copa foi capaz de nos fazer refletir sobre a importância do esporte e de como o futebol é capaz de abrir portas para pessoas com poucas ou quase nenhuma oportunidade. Valorizar a cultura do futebol é valorizar e fomentar o engajamento de jovens periféricos em um meio repleto de boas oportunidades.

Nomes brasileiros e atletas internacionais que lideram com os salários mais bem pagos do mundo são de origem humilde, famílias sem recursos e sem grandes oportunidades, mas que por meio do esforço e talento conquistaram espaço, fama e orgulham as torcidas. O futebol está entre as modalidades esportivas mais acessíveis e democráticas e consagra o Brasil como um celeiro de talentos que “exportamos” para o mundo inteiro.

Infelizmente não podemos dizer o mesmo quando se trata do futebol feminino, nem mesmo no Brasil, considerado o país do futebol; a modalidade feminina ainda está muito aquém quando comparado ao masculino. Temos o orgulho de revelar jogadoras que se destacam em todo o mundo, como Cristiane e Marta, mas a categoria com as mulheres ainda precisa de incentivos, respeito e reconhecimento. Na contramão do masculino, no universo feminino não há empenho para formação de atletas, faltam profissionais para estruturar os times femininos, descaso dos clubes, além do preconceito. É preciso muito interesse e planejamento para estruturar o futebol feminino que ainda está distante da expressividade da categoria masculina.

Pouco a pouco as mulheres estão conquistando novos espaços no universo do futebol. Mesmo que de maneira tímida as mulheres estão nas equipes de arbitragem, como comentaristas esportivos e na narração dos jogos. Acompanhamos recentemente algo histórico, a Renata Silveira como primeira mulher a narrar um jogo de Copa do Mundo na TV aberta no Brasil com a narração de Dinamarca x Tunísia. A nossa busca é por uma sociedade na qual homens e mulheres desfrutem das mesmas oportunidades, seja no esporte ou em quaisquer outras áreas. Esse é o título que pretendemos e merecemos levantar!

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