Realizamos na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais mais uma audiência pública para debater a inserção de pessoas com deficiências intelectual e múltiplas no mercado de trabalho. Nos reunimos com representantes de Apaes de diferentes regiões do Estado que pontuaram a necessidade da oferta de cursos profissionalizantes para esse público.
A falta de qualificação profissional dificulta o acesso ao primeiro emprego e a reinserção de pessoas com deficiência aos postos de trabalho. A questão torna-se ainda mais complexa quando nos deparamos com os baixos números de preenchimento das vagas em cotas legais. O déficit total em 2019, de acordo com dados apresentados pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), foi de 42,5%, chegando a 89,5% na administração pública.
De acordo com o subsecretário de Trabalho e Emprego, Raphael Amaral Rodrigues, o governo de Minas está desenvolvendo um plano de ações voltadas para a educação profissional, com 10% de vagas reservadas para pessoas com deficiência e a nossa comissão participará da construção desse plano.
Debates como esse são importantes para expor esse cenário e é pensando nisso que daremos sequência às discussões buscando traçar políticas em busca de soluções para esse problema.
As pessoas com deficiência já enfrentam desafios o bastante para terem que lidar com mais esse grande empecilho, a dificuldade na inserção e reinserção no mercado de trabalho, momento decisivo na vida de cada cidadão.
Garantir as cotas é fundamental, mas não é o suficiente. Por isso é necessário que nós governantes nos mantenhamos atentos ao cumprimento total dessas medidas, que definem o rumo da qualidade de vida das pessoas com deficiência em nosso estado.
E hoje, a oferta de cursos profissionalizantes para esse público tem se mostrado peça chave na resolução desse problema. Oferecendo oportunidades de qualificação profissional, estabeleceremos de forma democrática uma garantia sólida de que todas as pessoas tenham a chance de adentrar ou retornar ao mercado de trabalho de maneira viável.
O preconceito é uma realidade que respira a plenos pulmões, e cada medida tomada no sentido de derrubar tabus como o capacitismo, é uma vitória não apenas para as pessoas com deficiência, mas para todo o estado, que passa a funcionar melhor. Uma sociedade mais democrática e inclusiva garante de maneira equânime o direito ao estudo e ao trabalho a cada e a todos os cidadãos.