Serra da Moeda: um patrimônio mineiro ameaçado pela mineração

Uma das características mais marcantes do nosso estado de Minas Gerais são as belezas naturais. De vários pontos da capital Belo Horizonte podemos admirar a Serra do Curral. Se estivermos na região do Barreiro, vislumbramos de maneira privilegiada a Serra do Rola-Moça. No município de Caeté temos a Serra da Piedade, que abriga também o Santuário de Nossa Senhora da Piedade. A Serra da Moeda, em Brumadinho, é um ponto obrigatório para amantes da natureza e para quem curte esportes de aventura. Além das riquezas naturais, todos esses lugares têm em comum a atividade mineradora e constantes ameaças de expansão das áreas degradadas pela mineração predatória.

Preservar o meio ambiente é um ato coletivo e importante não apenas para os seres humanos, mas a todas as espécies que habitam na Terra. Afinal de contas, os recursos naturais necessários à nossa sobrevivência vêm do meio ambiente. Reafirmo o meu repúdio pelas investidas contra os patrimônios culturais, ambientais, históricos e naturais do nosso estado. Nas últimas semanas a Serra da Moeda tem sido alvo da mineração.

Na Assembleia Legislativa de Minas tramita uma proposta que pretende aumentar a área de mineração na Serra da Moeda, que fica na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Para isso, aproximadamente, 12,8 hectares teriam que ser retirados do Monumento.

A Serra possui uma extensão que percorre oito municípios mineiros e a sua conservação é fundamental para as bacias hidrográficas dos rios das Velhas e Paraopeba, já que a região abriga água subterrânea em abundância. Além disso, a Serra da Moeda ainda possui uma das mais belas vistas mineiras. Permitir o avanço dessa mineração predatória na região colocaria em risco todo esse patrimônio.

Para se ter uma noção, nos últimos 14 anos, a Gerdau, empresa responsável pela mineração na área, já retirou mais de 60 milhões de toneladas de minério da Serra da Moeda, na parte localizada em Itabirito, na Região Central de Minas. A mina Várzea dos Lopes, que vem sendo explorada atualmente pela mineradora, deve esgotar os seus recursos nos próximos dois anos, mas a empresa pretende minerar mais 50 milhões de toneladas nos próximos 10 anos e, para isso, necessita avançar até o lado de Moeda.

Assim como venho desde 2019 na luta pela preservação da Serra da Piedade, outro conjunto histórico, cultural e religioso que também está ameaçado pela mineração, abracei também junto a outros ambientalistas e moradores locais a defesa da Serra da Moeda. Não vamos medir esforços para a preservação do local que é um patrimônio mineiro. Não podemos mais permitir crimes ambientais no nosso Estado.