Leandro MazziniMineiro de Muriaé, Leandro Mazzini é jornalista pós-graduado em Ciência Política pela UnB e escritor. Com Walmor Parente, Carol Purificação e Tom Camilo

PF monitora manifestantes importados

17/04/2016 às 10:33.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:59

A Polícia Federal, Abin e a Agência Nacional de Transportes Terrestres entraram numa sigilosa força-tarefa nas fronteiras Sul e Oeste do Brasil para monitorar o repentino aumento de tráfego de ônibus fretados do Paraguai e Bolívia rumo ao Centro-Oeste. O MP Federal de Goiás baixou recomendação para a PF barrar qualquer manifestação política de estrangeiros. A orientação correu para todas as superintendências nos Estados de fronteira. A lei proíbe este ato por cidadãos de outros países.

Tropa silenciosa?
O clima já era quente na quinta: quatro ônibus, vindos de Santa Cruz (Bolívia) foram parados pela polícia na fronteira, lotado de homens. O destino foi Goiânia. 

BBB 2016
A Polícia Civil do DF já investiga imagens de câmeras com suspeitos de serem os pichadores da portaria da seccional da OAB. Picharam “OAB Golpista” duas vezes. 

Ninguém leu
Durou 24 horas o site lançado pelo Planalto em defesa da democracia – com notícias políticas editadas contra o impeachment. Entrou quinta e acabou sexta, por ordem da AGU.

Homem do milhão 
Antes de ser preso na Lava Jato, o ex-senador Gim Argello adotava forma inusitada de comemoração. A cada vez que atingia a marca de mais R$ 1 milhão no patrimônio, promovia festas regadas a vinhos importados e uísque em casa, para amigos. Daí o apelido de “Alcoólico Indócil” adotado por empreiteiros doadores. 

Cadê você?
O maior mistério de Brasília além do resultado do impeachment: alguém aí tem a foto do tamanho do sorriso do ex-governador Joaquim Roriz com a prisão de Gim Argello? Gim assumiu após a renúncia de Roriz na Casa. O veterano queria a renúncia da chapa. 

Oi!?
Algo estranho anda acontecendo. Ou Dilma tem certeza de que não cai, ou está desconectada com o que acontece do outro lado da Praça. No café da manhã com deputados na sexta, ela sorriu até para o garçom. Pela primeira vez.

Sumiço 
Estranha a congressistas que, com tantos médiuns e adivinhos no país, nenhum deles prevê se Dilma cai ou fica. “Fácil é acertar que dois mais dois é quatro”, diz deputado.

Saudade do MJ
José Eduardo Cardozo achou que teria vida mansa ao trocar o Ministério da Justiça pela AGU. Livrou-se da Lava Jato, mas entrou no furacão do impeachment. “Entre Lava Jato e Impeachment? Era melhor a primeira”, diz, sob tenso sorriso.

Cosme e Damião 
Os senadores Paulo Paim e Paulo Rocha, ambos do PT, passaram a semana mais na Câmara que no Senado. Gentis e sorridentes, abordavam um a um os parlamentares que passavam. E dedicavam especial tempo e atenção aos deputados ainda “indecisos”. 

Quem te viu..
O ex-presidente da OAB Marcello Lavenère, autor do pedido que resultou no impeachment do ex-presidente Fernando Collor, dedicou os últimos dias à pregação anti-impeachment em gabinetes de governistas da Câmara. 

Pagando o preço
Lavenère foi hostilizado ao passar por um “corredor polonês” organizado pelo Movimento Brasil Livre: “Seu tempo passou, golpista”, gritou uma militante com a foto do juiz Sérgio Moro estampada na camisa. 

Discurso do medo
Patrus Ananias deixou o ministério do Desenvolvimento Agrário para votar pró-Dilma no plenário. Segue discurso do marqueteiro João Santana, preso na Lava Jato: “Quem defende o impeachment quer o retrocesso; quer acabar com os programas sociais”.

R.S.V.P
O deputado Paulo Maluf (PP-SP), ainda procurado pela Interpol e com prisão garantida se pisar no mais próximo aeroporto fora do Brasil, tem recebido convites variados para eventos no exterior. Gentilmente responde que não pode se ausentar de Brasília. 

Ponto Final
“Num sistema parlamentar, a nação não precisaria parar para substituir um chefe de Governo”.

Do ex-deputado e Constituinte Ulisses Guimarães, em 1992.

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