A primeira missão do presidente Michel Temer na volta da China será apaziguar a base governista no Congresso. Tanto na Câmara quanto no Senado a chiadeira é geral: “A fotografia é de ausência de unidade. A tarefa do presidente é construir a unidade da sua base de apoio”, avisa o senador Álvaro Dias (PV-PR) – pré-candidato ao Planalto em 2018. O alvo é o PSDB, inseguro sobre os planos políticos de Temer para a disputa presidencial vindoura. Há um acordo velado para o PMDB apoiar Aécio Neves e indicar o vice. Porém, José Serra, por ora tucano, pode entrar no PMDB e se lançar candidato.
Lembrete
Michel Temer está inelegível por oito anos, declarou o TRE de SP, por ter recebido doações acima do permitido, segundo prestação de conta de campanha de 2006.
Carapuça
Temer mandou recado geral “quem quiser que saia da base”. Mas o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha, ameniza: “Com certeza essa carapuça não nos cabe”.
Conexão EUA-Brasil
O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa está advogando para um fundo de pensão americano e minoritários dos EUA que perderam milhões com a derrocada da Petrobras.
Mulheres em perigo
Os cortes de programas bancados por Dilma na Secretaria de Direitos da Mulher, extinta por Michel Temer, podem paralisar as atividades de uma ONG na fronteira, alerta a pesquisadora Graziella Rocha, especialista no tema do ‘tráfico de pessoas’, da Associação Brasileira de Defesa da Mulher, da Infância e da Juventude (Asbrad).
Portas abertas
A Asbrad faz enfrentamento ao tráfico de mulheres nas regiões de fronteiras, financiado pela SPM, em dez municípios de sete estados, onde há mais registros de violações de direitos e de rotas de tráfico de armas, drogas e pessoas. O projeto, sem repasses agora, deve ser interrompido, e as mulheres sob risco de aliciamento.
Samuca tá brabo
O embaixador Samuel Pinheiro, ex-ministro de FHC e secretário-geral do Itamaraty no governo Lula da Silva, notoriamente da esquerda, dá nota zero para Michel Temer: “Porque ele é ilegítimo; o governo Temer não é um governo, é uma usurpação”.
Patota do fatiamento
O acordo para manter os direitos políticos da presidente cassada Dilma Rousseff foi consolidado na madrugada de quarta-feira, horas antes da votação.
Café requentado
O plano foi traçado no Cafezinho do Senado pelo presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), senadores do PMDB e Humberto Costa (PT-PE) – autor do destaque.
Mal na foto
Candidatos às prefeituras e assembleias legislativas do Paraná têm evitado vincular suas imagens de campanha à da senadora Gleisi Hoffmann (PT), depois da prisão do marido, ex-ministro Paulo Bernardo, e de denúncias de envolvimento na “Lava Jato”.
Te pego lá fora
Uma cena chamou a atenção enquanto o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) chamava os colegas de “canalhas” antes da votação do impeachment. Os senadores Reguffe (sem partido) e Aloysio Nunes (PSDB-SP) cerraram os punhos e bateram na bancada.
Lei para todos
O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, quebrou o silêncio e diz entender que o ‘fatiamento’ da votação do impeachment não está previsto na Constituição. Ele já pediu um estudo sobre o assunto para decidir qual medida a Ordem vai tomar.
Memória Suprema
Lamachia lembra que o próprio STF já decidiu que a perda do cargo e dos direitos políticos não podem ser separados em caso de impeachment do presidente da República. Essa decisão foi tomada em uma ação apresentada por Collor (mandado de segurança 21689). O presidente da OAB diz ainda que “a lei não segue partidos nem ideologias”.
Ponto Final
“Golpistas, fiquem sabendo: vai ter luta, e nós somos milhares!”
De Pablo Capílé, líder da chamada “Mídia Ninja”, dentro do Palácio da Alvorada, minutos depois do discurso de adeus da ex-presidente Dilma Rousseff.