Leandro MazziniMineiro de Muriaé, Leandro Mazzini é jornalista pós-graduado em Ciência Política pela UnB e escritor. Com Walmor Parente, Carol Purificação e Tom Camilo

Temer pode recuar

13/04/2017 às 20:32.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:07

Caciques do PMDB, PSDB, PSD, PRB e do PP aguardam com apreensão os próximos dias. Os partidos comandam nove ministérios na Esplanada, não querem abrir mão do comando e já pressionam o presidente Michel Temer a recuar na promessa, feita em público, de afastar os nove denunciados ao STF. Temer já indica recuo e procura estratégia de justificar para a sociedade o porquê de mantê-los. Falará o básico: investigado não é culpado, por mais indícios. Se o fizer, queimou a língua e a biografia.

Desenfreado
Temer cogitou pronunciamento à imprensa na terça, após vazamento da lista do ministro Fachin. Avaliou que seria precipitado. Soltou depois um “Governo não para”.

Cine-Jato
Além dos vídeos das delações, o MPF e a PF guardam a sete chaves as provas das falas: há outros vídeos, de prepostos e até congressistas tratando de propinas a caixa dois.

Gazeteiros 
Revoltado com o plenário do Senado vazio na quarta à tarde, Magno Malta (PR-ES) gravou vídeo e soltou nas redes, cobrando colegas. Já teve 4 milhões de visualizações.

Deu curto
Lulécio (Lula + Aécio), Dilmasia (Dilma + Anastasia), Pimentécio (Pimentel + Aécio). Os neologismos criados pelo grupo político de Aécio Neves para garantir, pelas urnas de Minas, seu projeto eleitoral nacional e cargos no setor elétrico passaram de curto-circuito para choque. Projeto que agora pode o eletrocutar. 

O representante
Aliás, quando Marcelo Odebrecht diz, na delação, que investir em Aécio era importante por sua influência no setor elétrico, o MP sabe de quem falava: Dimas Toledo, chefão de Furnas por muitos anos, que apadrinha prepostos ainda hoje na estatal. 

Faxineira
Os defensores de Dilma Rousseff citam que ela fez a limpa na direção da Petrobras assim que avisada do esquema de corrupção. A Coluna publicou o troca-troca à época, em fevereiro de 2013. Ela demitiu Cerveró e Paulo Costa, entre outros. Um mês depois a PF soltou a “Lava Jato”, receosa de que a turma do mal fugisse ou destruísse provas.

Varre o pé 
Mas nos bastidores o que se diz é que Dilma, que foi presidente do conselho, suspeitava que a bomba ia estourar e resolveu fazer a limpa para minorar o estrago. Não deu.

Entre dois
Pré-candidato a presidente, Jair Bolsonaro, de saída do PSC, está entre o PR e PHS, para filiação. Mais perto do PHS.

Tá difícil
Bolsonaro procurou há dias em Brasília um marqueteiro político, mas avisou que não tem dinheiro para pagar a consultoria. 

Dispersão
Na quarta e ontem, após o estrondo causado pelo vazamento da lista dos investigados do ministro Fachin, relator da “Lava Jato” no STF, o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, não saiu do telefone. O temor é de dispersão da base governista às vésperas de votações de projetos importantes, como reformas da Previdência e Trabalhista.

Correria
Os palacianos sentiram o baque na base, com muitos congressistas mais preocupados em se defender do que com a pauta do Governo. Os citados no Propinobrecht têm ficado em Brasília, em conversa com advogados, e quando viajam não vão para suas bases. Vão para São Paulo e Rio, para consultar criminalistas. 

‘Médicos’?
Após a foto ridícula de médicos formandos no Espírito Santo “viralizar” na internet, com gestos obscenos e calças arriadas, a Federação de Médicos do Brasil soltou nota de recomendação à classe para evitar as redes sociais.


“A internet não é um mundo novo. (..) A culpa pelo descontrole, destempero e falta de responsabilidade no uso desses serviços certamente não é de seus inventores, mas sim de seus usuários”, informa a nota da FMB, que admite série de situações vexatórias.

Ponto Final
Então, PMDB é 15 na urna e 40 na conta! US$ 40 milhões.

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