Na reunião de emergência que teve em São Paulo ontem com a cúpula do Governo – ministros – e do Congresso – presidentes das Casas – o presidente Michel Temer delineou as primeiras ações após a sua oficialização no cargo, a partir do dia 3 de setembro. O tema centra foi a economia e gestão: acelerar as discussões sobre a Lei Orçamentária de 2017, que será enviada ainda este mês ao Congresso, e traçar uma agenda internacional forte para combater a tese do PT de que houve golpe.
Bom dia
Temer pegou muita gente de surpresa ao telefonar pessoalmente ontem pela manhã para a tropa de choque. Entre eles o líder do Governo na Câmara, André Moura (PSC-SE).
O cotado
Foi Henrique Meirelles, titular da Fazenda, quem comandou a reunião no escritório da Presidência em SP. Mostra de que o homem está crescendo politicamente no Governo.
Faltou o Bauer
Uma dúvida crucial assombra os envolvidos nos casos e a imprensa que acompanha: por que a Polícia de SP não indiciou o chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, por favorecimento pessoal, ao dar R$ 20 mil e prometer R$ 50 mil a Patrícia Lélis.
Mais denúncia
Ontem, O STF recebeu a denúncia enviada pela Delegacia da Mulher, e encaminhou o caso à Procuradoria Geral da República para decidir se pede inquérito ou não na Corte. Por ter foro privilegiado, Feliciano será investigado pela Polícia Federal. A PGR já avalia outras duas denúncias, de grupos de parlamentares, sobre o caso.
Só barulho
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, com sede em Whashington, pediu esclarecimentos ao governo brasileiro sobre o processo de impeachment de Dilma. Só para tumultuar.
Olha quem chegou
Quem acaba de virar secretário-executivo da CIDH é o petista Paulo Abrão, ex-braço direito de José Eduardo Cardozo no Ministério da Justiça - hoje advogado de Dilma.
Lembrete
A ex-ministra Ideli Salvatti e o marido continuam empregados com altos salários em Washington, presente de Dilma, representando o Governo na OEA.
Fim do ciclo
Um dos personagens principais do Congresso à época do impeachment do ex-presidente Fernando Collor, o ex-senador Pedro Simon (PMDB), esteve no Senado há dias e cravou à Coluna: “O País vive hoje o fim de um ciclo de impunidade e de coisas erradas que foram multiplicadas”, em referência ao PT e à presidente afastada Dilma Rousseff.
Novos tempos
Para o ex-senador Pedro Simon, a situação de Dilma e do Brasil hoje é pior que a de Collor e a crise de 1992. “Bem mais grave. A esperança é de que um novo Congresso, independente, renasça depois desse ciclo”.
Tucano voa
Além de iniciar o expediente por volta das 16h, o chanceler José Serra (PSDB-SP) não perde compromissos – em sua maioria, políticos – no Estado. Se preciso, encara a ponte aérea Brasília-São Paulo três vezes em um mesmo dia – como o fez recentemente. Claro, em voos da Força Aérea Brasileira (FAB).
‘Quero civilidade’
Foi censurado o registro de imagens das faces constrangidas de Renan Calheiros e Dilma Rousseff ontem no Palácio da Alvorada. Ele se limitou a detalhar o roteiro do julgamento, o qual Dilma já sabia de cor e salteado. Ela avisou que vai à tribuna do Senado “desarmada” e disse esperar “civilidade” dos senadores.
Sem flashes
Não foi dos melhores o clima da reunião entre eles no Alvorada. Permanece incógnito quem de fato pediu o encontro – Renan ou Dilma.
Ponto Final
“Qualquer deputado pode pedir à Câmara a abertura de processo contra o presidente. Dizer que isso é golpe é falta de assunto”
Do ex-ministro de Lula e hoje encarcerado José Dirceu, em 1999, quando o PT panfletava o pedido de impeachment do ex-presidente Fernando Henrique Cardozo.