Leandro MazziniMineiro de Muriaé, Leandro Mazzini é jornalista pós-graduado em Ciência Política pela UnB e escritor. Com Walmor Parente, Carol Purificação e Tom Camilo

Torquato pede arrego

01/11/2017 às 22:41.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:30

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, mordeu a língua após a repercussão negativa de seus comentários sobre a Polícia Militar do Rio de Janeiro. Numa mensagem de whatsapp carinhosa para o amigo e governador Luiz Fernando Pezão, Torquato não pediu desculpas, mas indicou que pegou pesado. Disse que passou o dia “apagando incêndios”, e tenta “deixar claro que minha análise é pessoal e não crítica do Governo Federal”. Citou que se baseou em “fatos fartamente publicados ao longo de largo tempo na mídia carioca e nacional” e que apenas revisitou “a sociologia do tema”. O ministro ainda garantiu a continuidade do apoio federal ao Estado do Rio no combate à violência.

Reencontro
Pezão e Torquato articulam agenda no Rio para dar um ponto final na polêmica. Não há confirmação ainda se o comando da PM vai participar.

Conterrâneos
Torquato e Pezão são praticamente conterrâneos de Piraí, onde nasceu mãe do ministro e de onde vem o governador – ex-prefeito da cidade do Sul Fluminense.

Manobra
Seis servidores do Tesouro tentaram receber da União R$ 801 mil, cada, retroativos do Retribuição Adicional Variável. Queriam 8 vezes mais o que foi pago. A AGU barrou.

Missão Bonn
Com o caixa apertado, sem novas autorizações para o Bolsa Verde (já alertamos aqui em primeira mão) e os brigadistas sofrendo com poucos homens para apagar incêndio na Chapada dos Veadeiros, o Ministério do Meio Ambiente abriu o cofre. Levará nada menos que 29 servidores – de assessores ao ministro Zequinha Sarney – para Bonn, na Alemanha, onde acontece a COP23 sobre Clima de 6 a 17 de novembro.

É festa
O ministro terá assessor só para cuidar da sua agenda – e tem gente indo uma semana antes do evento. O total em diárias para cada servidor no período será de (acredite) R$ 17 mil (mas depois a assessoria recuou e informou que o custo depende do cargo de cada servidor). Em 2015, na COP21 em Paris, o Ministério levou 12 pessoas.

Explicação
O Ministério informou que ‘o Brasil deixou de participar apenas das negociações diplomáticas e passou a protagonizar entre espaços com maior destaque da Conferência’; que ‘foram realizados mais de 60 eventos, de entidades dos mais diversos setores’, ‘daí a necessidade de uma quantidade maior de servidores’.

Dupla ‘Boniécio’
Relator salvador de Michel Temer na denúncia da PGR, o deputado federal Bonifácio Andrada (PSDB-MG) pretende se candidatar ao Senado em dupla com Aécio Neves. Diz à Coluna que há movimento para isso em Juiz de Fora e Barbacena, seus redutos.
O clã
Bonifácio ressalta que não decidiu ainda. Mas que tem dois filhos que podem se candidatar. São eles Lafayette Andrada – hoje estadual que pode disputar a Câmara – e Toninho Andrada, ex-deputado que pode tentar voltar à Assembleia de Minas.

Fogo amigo
As críticas ao ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB-RS), vêm também de dentro do Governo. Fabiana Severo, vice-presidente Conselho Nacional de Direitos Humanos, o acusa de “ter ignorado a sociedade” ao editar a portaria – suspensa pelo STF – que flexibiliza regras de combate ao trabalho escravo. O ministro não comentou.

Mais lenha
O procurador do Trabalho Tiago Cavalcanti engrossa as críticas e cita dados para embasar o que chama de “retrocesso”: “O número de resgates de pessoas em situação de trabalho escravo caiu de 680, em 2016, para 110, em 2017”.

Tapa da Justiça
Pesquisa da Unicap de Pernambuco, em 7 cidades brasileiras, revelou que mulheres vítimas de violência doméstica sentem-se frustradas com a Justiça. O levantamento mostrou o perfil dos juízes que trabalham com os casos. Dos 24 magistrados entrevistados, apenas 4 tinham algum tipo de capacitação na área.

Aterrissou
Mais de 500 dos 750 co-pilotos da GOL assinaram abaixo-assinado no qual reivindicam reajuste salarial dos atuais 50% para pelo menos 70% dos vencimentos pagos aos comandantes da empresa aérea. O documento será entregue à direção da companhia.

Do hangar
Em reunião com os sindicalistas em outubro, a direção da GOL se comprometeu a estudar a demanda, mas adiantou que tem dificuldades para mexer em seu custo fixo.

Com Walmor Parente e Equipe DF, SP e Nordeste
reportagem@colunaesplanada.com.br

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