Tempo de InovaçãoTudo sobre o universo das startups, empreendedorismo e ecossistema inovador.

Inovação marca o futuro da indústria

Publicado em 26/05/2022 às 06:00.

A indústria brasileira está cada vez mais digital: 69% das empresas do ramo já usam tecnologias da chamada indústria 4.0 —que englobam automação e troca de dados para integração das diferentes etapas da cadeia de valor. A quantidade é 20% maior do que a levantada em 2016, segundo a Sondagem Especial Indústria 4.0, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). 

Os dados reforçam o quanto os processos econômicos estão dinâmicos, evidenciando a importância do investimento em tecnologia. Nesse contexto, a conexão com startups pode ser um diferencial para as indústrias, como aponta Lincoln Rezende, responsável pelos relacionamentos na frente de transformação digital da ArcelorMittal, conglomerado industrial multinacional de empresas de aço. “Temos mais de 70 iniciativas com startups, além de outras ações de inovação que já geraram alguns milhões de dólares de ganhos para o nosso segmento”, explica.  

A empresa, que desde 2012 vem investindo fortemente no âmbito da transformação digital, possui iniciativas como o programa de inovação aberta iNO.VC e o laboratório de inovação Açolab, além de ser uma das grandes apoiadoras do Join.Valle, movimento que fomenta o empreendedorismo e a inovação na região do norte catarinense, onde a ArcelorMittal possui uma unidade fabril. 

Lincoln explica que parte das conexões com startups vem dessa atuação como corporate mantenedora da entidade, como acontece através das participações da Jornada de Empreendedorismo, Desenvolvimento e Inovação de Joinville (JEDI). A ArcelorMittal já esteve no evento tanto como mentora, quanto como integrante. Em 2021, por exemplo, uma equipe de oito colaboradores  da empresa levou um desafio com foco em intraempreendedorismo para o programa. 

“Entendemos que a inovação é algo que deve permear toda a organização, se enraizando na sua cultura. Com o JEDI, vimos essa transformação do modelo mental de todos que participaram, que retornaram para a empresa com uma visão empreendedora, com mais foco na busca de resultados e com o privilégio de poder aplicar tudo o que aprenderam de forma colaborativa na jornada”, reforça Lincoln Rezende.

Além da ArcelorMittal, não faltam exemplos de grandes indústrias que investem em inovação na região, como WEG e Tigre. Conhecida pelo apelido de ‘Manchester Catarinense’,  numa referência ao centro urbano do Reino Unido, Joinville tem uma história fortemente marcada pelo desenvolvimento industrial. No entanto, desde a década de 1980, o surgimento de empresas de informática que ofereciam serviços para esse segmento fez com que a tecnologia começasse a ocupar seu espaço na cidade. Hoje, além de industrializada, ela é a nona cidade mais empreendedora do país, segundo o Índice de Cidades Empreendedoras 2022.

“O crescimento tecnológico de Joinville caminha em interação com a indústria, propiciando um desenvolvimento econômico sustentável, com geração de emprego e renda. É uma via de mão dupla, com as indústrias aprendendo a inovar e as startups tendo oportunidade de conhecer melhor o mercado, em uma cocriação contínua”, comenta Dionei Domingos, Diretor Presidente do Join.Valle. 

Tecnologias trazem resultados palpáveis para indústrias de todo o Brasil 
 
De acordo com a Sondagem Especial Indústria 4.0, quando perguntados sobre os benefícios que as empresas esperam conseguir com a adoção de tecnologias digitais, a maior parte dos empresários respondeu aumento da produtividade (72%).  Na prática, as indústrias já estão vendo que isso é possível. Um exemplo é o da Danone Nutrícia, divisão de nutrição especializada da Danone no Brasil, que conseguiu reduzir em 80% o tempo necessário para a coleta de dados no ponto de venda com uma solução de Reconhecimento por Imagem. 

Antes de adotar a ferramenta da Involves, plataforma de inteligência artificial que impulsiona os resultados do varejo e da indústria no ponto de venda, os promotores de venda da marca levavam, em média, 15 minutos anotando manualmente os principais indicadores. Agora, em apenas dois minutos os dados são coletados e já disponibilizados no sistema para a equipe interna com agilidade, precisão e num volume muito maior que na coleta manual. 

Isso é possível porque a inteligência artificial da ferramenta faz uma “varredura” na imagem inserida no aplicativo pela equipe de campo e extrai dela dados quantitativos que são imediatamente disponibilizados no sistema para que a equipe interna tenha uma visão completa de como os shoppers enxergam o produto e o que está acontecendo no ponto de venda. O Product Manager da Involves, Gabriel Vieira, explica que “isso é fundamental para que a área de trade tenha as informações necessárias para entender se as estratégias de Loja Perfeita estão gerando os resultados esperados e corrigir possíveis pontos de melhoria".

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por