A divisão de agricultura da Hexagon desenvolveu uma tecnologia especialmente para solucionar um desafio das produções de óleo de palma da Indonésia — país que, junto com a Malásia, representa 85% do fornecimento global do produto. Funcionando como um sistema de controle capaz de uniformizar a aplicação de insumos, o equipamento atua reduzindo falhas e desperdícios e aumentando a produtividade, o que promove uma economia de até 7% nos custos operacionais, segundo estimativas.
“A Indonésia é um país em franco desenvolvimento populacional e econômico e representa um mercado importante na área florestal. Levamos nossas tecnologias para apoiar esse segmento e, a partir disso, identificamos uma forte demanda dos produtores de óleo de palma, o que se refletiu em uma oportunidade com grande potencial”, explica o Executivo de Contas Estratégicas da divisão de Agricultura da Hexagon, Fabio Neumann. A produção do país, que é líder no setor, deve aumentar 2,95% em 2022, chegando a 48 milhões de toneladas, de acordo com a Associação de Palma da Indonésia (GAPKI).
Embora a cultura seja semelhante às produções florestais em alguns pontos, há particularidades, como implementos de adubação muito pequenos se comparados aos utilizados em outros cultivos. “No Brasil, as máquinas de fertilização a lanço são de grande porte, acumulam em média 5 toneladas de insumos, enquanto o implemento da Indonésia leva no máximo uma tonelada”, comenta Neumann. Esses implementos são instalados no terceiro ponto do trator e contam com uma abertura com regulagem manual, a qual é feita no início da operação. Por conta disso, a aplicação acaba não tendo um controle de dosagem, considerando que o insumo liberado varia conforme a velocidade do trator. Se a dose certa é aplicada a 4 km/h e o trator está mais lento, a aplicação é maior, desperdiçando insumos; da mesma forma, se o trator anda mais rápido, a liberação de insumos é menor, gerando falhas.
Diante dessa demanda do mercado local, a Hexagon desenvolveu um sistema inovador para regular a aplicação nesses implementos. O recurso consiste em uma alavanca automática elétrica que é instalada no equipamento e varia a abertura existente de acordo com a velocidade do trator, fazendo regulagens a cada segundo para que a quantidade ideal de insumos seja liberada, o que era impossível manualmente.
A nova solução foi testada nas produções locais e vem apresentando resultados positivos. A estimativa é de que, inicialmente, foi gerada uma redução de cerca de 5% na quantidade de fertilizantes aplicados por hectare, uma economia de 6,7% de combustíveis, um aumento de 10% nas horas de trabalho efetivo das máquinas e de 3,8% na produtividade por hectare (baseado na tonelada de fruto coletado). Com todos os resultados, a previsão é de que a tecnologia provoque uma redução de até 7% no custo operacional da produção de óleo de palma. “A solução permite o gerenciamento de mais informações relacionadas às áreas de aplicação de insumos e utilização das máquinas, o que garante maior controle da frota em campo de forma geral”, reforça Neumann.
Esse aumento da produtividade também é importante por questões ambientais, considerando que a expansão das áreas voltadas à produção de óleo de palma gera desmatamento e degradação da biodiversidade. Ao mesmo tempo, o produto é importante para a segurança alimentar global e o desenvolvimento econômico — segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), hoje, cerca de metade da população mundial depende desse óleo como parte de suas dietas. “A demanda por óleo de palma deve crescer 1,7% ao ano até 2050, e tentar substituí-lo por outra oleaginosa não é uma solução, considerando que ele consegue produzir até nove vezes mais óleo por unidade de área do que outras culturas, como soja e girassol. Por isso, é importante buscarmos essas maneiras de aumentar a produção sem precisar expandir áreas”, ressalta Fabio Neumann, que ainda destaca a importância da tecnologia para que as empresas consigam comprovar de forma auditável dados relacionados às suas produções e ao uso de fertilizantes.
O Executivo de Contas explica que, agora, a ideia é levar a solução para a Malásia, segundo maior produtor de óleo de palma do mundo. Além disso, a empresa deve expandir a atuação na Ásia com outras tecnologias já existentes em seu portfólio, visando contribuir com a automação e o monitoramento de máquinas e aumentar ainda mais a eficiência das operações. No Brasil, a divisão de Agricultura está em parceria com a Agropalma, que atua com a produção de óleo de palma no Pará.
Com sede e fábrica em Florianópolis (SC), a divisão de Agricultura da Hexagon fornece tecnologias que convertem dados em informações inteligentes para melhorar as operações agrícolas e florestais e aumentar os lucros por meio de planejamento otimizado, execução eficiente, controles de máquina precisos e fluxos de trabalho automatizados. A Hexagon, líder global em soluções autônomas de sensores e softwares, tem cerca de 21 mil funcionários em 50 países e vendas líquidas de aproximadamente € 3,8 bilhões.
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