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Tecnologia de medição permite à indústria de alimentos cumprir normas sanitárias

Publicado em 20/10/2022 às 06:00.

Em meio à expansão do consumo de alimentos processados, a segurança alimentar tornou-se uma prioridade na indústria de alimentos e o setor, já habituado a lidar com desafios, se viu também impelido a cumprir critérios e operações para o manuseio de produtos alimentícios cada vez mais restritivos e em alta escala.

Para o consumidor, o resultado da eficiência operacional, seja pela qualidade do produto ou por especificações precisas, é a garantia de saber o que está ingerindo. Para o setor, a gestão da produção, uma vez vinculada a medições confiáveis, capazes de exercer o controle externo de processos em todas as etapas da cadeia produtiva, trouxe a possibilidade de aferir parâmetros críticos de diferentes aplicações antes de liberar ou não um lote para consumo.

Segundo Madjid Ouali, Diretor da Vaisala para América Latina e Caribe, grupo finlandês, líder global em medições industriais, climáticas e ambientais, é preciso estar atento às regulamentações da  Anvisa, uma vez que o descumprimento pode acarretar em multa ou suspensão de licenças de funcionamento.

“O processo de manuseio, por exemplo, requer que todos os alimentos quentes já cozidos sejam mantidos a uma temperatura superior a 60°C por até seis horas. Alimentos resfriados, por sua vez, só podem ser guardados por, no máximo, cinco dias abaixo de 5°C; os congelados mantidos abaixo de -18°C de acordo com a data de vencimento do produto. Em restaurantes, os alimentos precisam ser descongelados sob refrigeração, em temperatura abaixo de 5ºC, ou no micro-ondas.”

O especialista alerta que aplicações que abrangem de sondas inteligentes, transmissores e registradores de temperatura a sistemas completos de monitoramento contínuo são um meio para alcançar maior eficiência operacional e adotar boas práticas em conformidade com as determinações da agência reguladora.

“A tecnologia de medição permite conexões amplas com o uso de sensores acoplados ou equipamentos eletrônicos compactos, que podem fornecer dados em tempo real, para monitoramento e controle de processos, como maturação de alimentos, processos secos, processos de ingredientes alimentícios, aquecimento ou resfriamento”, diz.

Segundo Ouali, o controle de qualidade do processo e do produto, uma vez automatizado, traz celeridade e a garantia de que padrões pré-estabelecidos sejam rigorosamente cumpridos. Isso evita desperdício, eventuais problemas junto ao consumidor e a possibilidade de tomar decisões baseadas em dados, além da segurança sanitária desejada.

Informações da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) apontam que o setor de alimentos faturou R$ 922,6 bilhões em 2021, com aumento de 16,9% comparado a 2020. O montante representou 10,6% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado para o ano passado, com aumento de 3,2% nas vendas e 1,3% na produção. As exportações, que representaram 26,5% do faturamento, aumentaram 18,6% e atingiram o patamar recorde de US$ 45,2 bilhões.

Em ambientes que lidam com produtos que precisam preservar qualidades microbiológicas, é indispensável dispor de tecnologia de controle e monitoramento, em tempo real, de parâmetros sensíveis - como temperatura, umidade, pressão, fluxo de ar, CO2. Esses recursos garantem a preservação adequada dos alimentos, da produção à logística para o consumo.

Ouali ressalta também que há soluções de automação independentemente do porte da empresa. “Muitos recursos são escaláveis de um para milhares de dispositivos e sensores e com registro confiável e redundante, executado em paralelo aos sistemas de controle para validação simplificada.”

A tecnologia trouxe uma ruptura significativa no modo de fazer as coisas, Ela mostra que, para alcançar certa previsibilidade na indústria e garantir o bom desempenho dos negócios, é necessário monitorar processos produtivos e controlar variáveis críticas, ampliando a eficiência operacional a partir dos dados gerados, de forma a atender a padrões de conformidade e oferecer segurança sanitária ao mercado consumidor.

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