O Maranhão foi governado durante mais de quatro décadas por uma oligarquia política que produziu um dos estados mais desiguais do Brasil. A constante luta travada pelo governador Flávio Dino para tirar o estado do atraso deveria ser motivo de exemplo a ser seguido por outros governantes como Romeu Zema. A despeito de sua origem na iniciativa privada, o governador de Minas se demonstra ineficiente, carreirista e incapaz de apresentar saídas para o crescimento de nosso Estado.
Enquanto o governo de Minas se encontra com dificuldades para cumprir o piso salarial dos professores fixado em R$ 2.886,24 para 2020 e continua com o atraso dos salários dos servidores, o governador do Maranhão anunciou no início desta semana um piso para os professores de R$ 6.358,98 – o maior do Brasil. Isso em um estado que convivia com escolas de lata e que ainda tem um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH’s) do Brasil. Essa iniciativa demonstra que governar é definir prioridades e, no caso de Minas, ao contrário do Maranhão, a prioridade tem sido atacar os servidores públicos e entregar para a iniciativa privada todas as empresas públicas.
Nesta semana em uma entrevista, o governador Zema defendeu na Assembleia Legislativa a reforma da Previdência do Estado e o ingresso no Regime de Recuperação Fiscal como panaceias para todos os males que atingem a economia mineira. Para tanto, fez referência à reforma previdenciária feita no Maranhão, por um governador comunista, do PCdoB, como uma espécie de vacina para neutralizar as possíveis reações contrárias da esquerda. O que o governador mineiro não disse é que o pecado capital não é reformar a Previdência, algo que pode até ser necessário em alguns casos, o problema é associar a reforma com a obsessão em liquidar o estado, como se tudo que é público fosse ruim e apenas a iniciativa privada fosse sinônimo de eficiência.
O Maranhão é a quarta economia que mais cresce no Brasil. Dados do IBGE confirmam que o estado maranhense cresceu 5,3 % em 2017 – vale lembrar que o PIB dos estados são divulgados dois anos depois. Enquanto isso, para exemplificar, Minas registrou no segundo trimestre de 2019 uma retração de 0,7%, e o PIB de 2017 foi de apenas 0,6%, – uma clara tendência de estagnação ou até mesmo retração. Zema não enxerga as insuficiências de seu governo e comete os mesmos erros de Bolsonaro e de parte da esquerda, querendo jogar apenas para a plateia, sem preocupação real com os rumos do país e do Estado de Minas.
Com a sensibilidade que é peculiar aos grandes capitalistas como Zema, em meio a mais de 50 mortes no Estado e mais de 30 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas pelas chuvas, as únicas propostas do governador, em entrevista à Globo News, são privatizações, cortes nas políticas sociais e, agora, sua reeleição. Seria bom o governador de Minas se espelhar no Maranhão, caso contrário, a experiência piloto do “Novo” à frente de governos será um desastre imperdoável pela história e inesquecível como um pesadelo para os mineiros.