Depois de várias sextas-feiras nas quais, infelizmente, tive que falar sobre fatos não muito agradáveis, quero dedicar o artigo de hoje para desejar um enorme Parabéns (com P maiúsculo mesmo!) a todos os profissionais ligados à cadeia produtiva da gastronomia mineira.
As congratulações que faço neste espaço têm um motivo nobre. No último domingo (5) foi celebrado Dia da Gastronomia Mineira, data escolhida pelo Governo do Estado em alusão ao nascimento de Eduardo Frieiro (5 de julho de 1889), autor do primeiro livro dedicado aos sabores do nosso Estado, intitulado “Feijão, angu e couve – Ensaio sobre a comida dos mineiros”, lançado em 1966.
Todos os profissionais e entidades envolvidos com o nosso ‘fazer gastronômico’ merecem meus parabéns pois há alguns bons anos entenderam que a valorização da gastronomia de Minas deve ser fomentada pelo Poderes Públicos Municipal e Estadual.
Para ser bem mais específico em relação a datas, esse processo de valorização da nossa cozinha para além das fronteiras nacionais teve seu ápice em 2013, quando Minas Gerais foi tema do Madrid Fúsion, encontro internacional no qual a culinária das Alterosas foi levada para a Europa, tornando-se conhecida e reconhecida pelos chefs mais prestigiados do mundo.
Esse momento histórico foi apenas um, embora importante, entre tantos outros que com o passar dos anos vêm se solidificando. O ‘Festival Comida di Buteco’, hoje presente em várias cidades brasileiras, mas que nasceu aqui em solo mineiro, não me deixa mentir. Além dele, o ‘Projeto Fartura’, e os festivais 'Bar em Bar’ e ‘Brasil Sabor’, [estes dois últimos da ABRASEL] são outros exemplos de disseminação dos nossos sabores. Isso sem falar das próprias estratégias do Governo Estadual, que trata a gastronomia de Minas como uma importante ferramenta geradora de divisas para diversas cidades; do Instituto Eduardo Frieiro, que anualmente premia personalidades da nossa gastronomia; e da Frente da Gastronomia Mineira (FGM), movimento crucial para integrar os atores do cenário gastronômico mineiro.
Não posso deixar de parabenizar, também, a Belotur que em 2019 coordenou com maestria o dossiê enviado à Unesco, responsável pelo título a BH de Cidade Criativa da Gastronomia. Mais uma força que se junta a todos os atores aqui citados para fortalecer o nosso maior patrimônio imaterial.
Vamos rezar para que todas essas instituições consigam sobreviver ao massacre monstruoso sofrido pelo setor de alimentação fora do lar desde que a Covid-19 por aqui chegou.
De uma coisa tenho certeza: esses atores gigantes são infinitamente maiores que qualquer pandemia, principalmente porque trabalham integrados, entendendo que a cooperação é fundamental para continuarmos escrevendo a história de uma das melhores gastronomias do Brasil. Juntos somos mais fortes.