Raquel MunizDeputada federal (2014-2017), médica, pedagoga, reitora da Funorte, escritora, apresentadora, mãe, avó, esposa e uma mulher inquieta, em busca incessante por novos desafios. Uma eterna aprendiz!

Importância dos museus para a preservação da cultura

30/05/2018 às 13:37.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:20

Preservar a história e a memória do ser humano sempre foi um grande desafio. Nesse contexto, os museus exercem um significado extremamente relevante. Muitos pensam que eles são apenas um caminho em direção ao passado, quando na verdade são muito mais que isso. É um lugar de conexão entre passado, presente e futuro, pois olhar o passado é conhecer o que foi feito para aprimorar mecanismos que podem influenciar o presente, para que novos conhecimentos e técnicas sejam disponibilizadas para a sustentabilidade das futuras gerações.

O termo museu teve sua origem na Grécia antiga, nas palavras gregas ‘Mousa’ e ‘Mouseion’, templo das nove musas, ligadas a diferentes ramos das artes e das ciências, filhas de Zeus e Mnemosine, divindade da memória, sendo locais sagrados, reservados à contemplação e aos estudos científicos. Esses locais foram considerados como o primeiro museu, no qual era constituído de bibliotecas, jardim, observatórios, sala de leitura, entre outros ambientes.

Os museus são importantes instrumentos de preservação da memória cultural de um povo, e responsáveis por seu patrimônio material ou imaterial. No início, sua finalidade era apenas de salvaguardar e não de disseminar as informações culturais.

Por muito tempo, eram locais restritos e elitizados, mantidos por pessoas com algum poder aquisitivo. Somente as pessoas que recebiam convites para exposições tinham acessos àquelas obras. Anos mais tarde se tornam no que conhecemos atualmente, ou seja, aberto ao público em geral, sem distinções, local livre, de caráter educativo, cuja missão é recuperar, preservar e disseminar a memória coletiva por meio de seus objetos.

Sabemos que cultura é um termo amplo e complexo, podendo ser definido a partir de diversos pontos de vista. Sob a análise antropológica, cultura é o conjunto de costumes, tradições, hábitos e manifestações de uma população, que constrói sua identidade e seu modo de vida e os transmite geração após geração.

O museu tem o papel de informar e educar por meio de exposições permanentes, atividades recreativas, multimídias, teatro, vídeo e laboratórios. É o espaço ideal para despertar a curiosidade, estimular a reflexão e o debate, promover a socialização e os princípios da cidadania, e colaborar para a sustentabilidade das transformações culturais.

O Estado de Minas Gerais tem dezenas de museus. O Museu da Cachaça, por exemplo, localizado no Norte do Estado, é um grande centro cultural e de convivência. Entre suas propostas de atuação estão a difusão do conhecimento sobre a produção da cachaça como bem patrimonial da comunidade local e do Estado, e a preservação de todo o acervo da cadeia produtiva desse artigo genuinamente brasileiro.

Dois outros museus que quero destacar é o Museu Regional do Norte de Minas, da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), e o Museu Vivo da História Local, da Faculdade de Ciências Humanas de Curvelo(Facic). Ambos têm a função de identificar, documentar, proteger e difundir o patrimônio cultural e natural daquelas regiões.

Apoiar a cultura e a valorização dos museus sempre foi algo que me agradou muito, sobretudo depois que assumi a Presidência da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados. Continuarei promovendo o desenvolvimento cultural, inclusive do patrimônio histórico, geográfico, arqueológico, artístico e científico do Brasil, bem como a produção intelectual do povo brasileiro, o nosso principal patrimônio.
Portanto, os museus são a radiografia da história da nossa gente. Visitá-los deve ser uma prática recorrente.

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