Aqui é Galo!Paulo Henrique Silva é jornalista do caderno Almanaque e escreve sobre o Atlético

Ligando o nome ao jogador

16/01/2020 às 19:42.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:19
 (BRUNO CANTINI/ATLÉTICO/DIVULGAÇÃO)

(BRUNO CANTINI/ATLÉTICO/DIVULGAÇÃO)

BRUNO CANTINI/ATLÉTICO/DIVULGAÇÃO / N/A

  

Dylan, o colombiano, carrega o nome de um dos meus cantores favoritos, autor de clássicos como “Blowin’in the Wind”. A letra da música serve bem para definir este momento da mais recente contratação do Atlético, quando diz não saber “quantas estradas precisará andar até que possam chamá-lo de homem”. Afinal, ele tem apenas 18 anos.

A joia bruta chega com a missão de realizar todas as expectativas que depositaram em seus pés. Se não repetir a trajetória do conterrâneo Chará, que ficou no meio do caminho entre um futebol esquecível e uma estrela ascendente (muito disso em virtude dos jogos contra o Santos pela Copa do Brasil, no ano passado), logo deverá cair nas graças da Massa.

As frases de efeito deixo para os locutores, sempre criativos para cunhar apelidos nos jogadores. Gritos de “Dylan! Dylan” me farão associar o talento do meia às inesquecíveis composições do outro Dylan, o Bob. Mas o futebol é caprichoso, temperamental e imprevisível. Se Dylan não vingar, é seu sobrenome que despontará na boca dos torcedores.

É bom que se diga, não foi por culpa da imprensa que descobrimos que Dylan também é Borrero. Ele já chegou assim, anunciado aos quatro ventos, quando ainda nem tinha completado a maioridade, como Dylan Borrero, como se vivêssemos num mundo sem pecado, de volta ao Paraíso. Para a Massa, não tem meio termo: é céu ou inferno. Dylan ou Borrero. 

Dylan (Borrero para aqueles pessimistas por natureza) entrará em campo contra o Uberlândia, na próxima semana, já com essa forte pressão atrás de si – a piada infame, desculpem, saiu sem querer. E pensar que, pelo nome de batismo do jogador, ele poderia ser qualquer outro, como Dylan Felipe, Dylan Caicedo ou Felipe Caicedo. Opções não faltavam.

Será que não tinha nenhuma boa alma especialista em marketing para falar que as arquibancadas não são ocupadas por carolas que preferem falar “caca” a “cocô”? Agora, só falta colocar no uniforme, na parte das costas, o sobrenome para a graça ficar completa aos rivais (Uai, e não é que já colocaram, no dia da apresentação do jogador!? É o que podemos chamar de uma bela de uma... como se diz em português mesmo?).

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