(Agência Estado)
Agência Estado / N/A
Aqui na São Paulo pós-Finados vejo a árvore de Natal sendo montada na Avenida Paulista e ouço as musiquinhas felizes tomando conta das lojas da região, convidando os clientes a comprarem os presentes antecipadamente. No comércio, o Papai Noel da crise econômica já está todo prosa. Quem dera se o presente do atleticano chegasse agora. Não falo de um vaga na Libertadores, pois ela parece cada vez distante, com as sete rodadas faltantes se tornando mais um fardo do que uma esperança. O Galo melhorou, é verdade, mas deveria estar agora no caminho oposto do Corinthians, exibindo uma campanha de líder de campeonato enquanto o verdadeiro número 1 vive momentos de rebaixado. O presente seria um nome, com quatro letrinhas, duas delas repetidas. Vocês sabem quem. Ele está por aí, desempregado, talvez apalavrado com o alvinegro. Eleições costumam parar um país, à espera do novo governante (no caso do Brasil, a um ano de irmos para as urnas, não se fala de outra coisa). Parece que o mesmo acontece com o Atlético. Robinho fica ou vai para os Santos, seu time do coração? Quem será dispensado? Quem vem? O ano de 2018 já começou para o torcedor, ávido por atropelar novembros azuis. A moça do call center me liga oferecendo um cartão de uma loja de departamentos já com descontos para o Black Friday. Eu quero o meu cartão de acesso ao Black Year. Basta dizer aquele nome, uma possibilidade que seja, para que o atleticano comece a distribuir por aí “feliz ano novo, adeus ano velho”. O torcedor, por sinal, poderia processar o clube, ao se sentir lesado com um calendário de 2017 de apenas quatro meses – o que deixaria possesso o imperador Júlio César, logo ele que estipulou um ano de 365 dias. O engraçado é que o imperador romano determinou a criação dos meses de unodecembris e duocembris para serem inseridos no final do calendário, justamente os que estamos querendo pular agora. A sensação é de final de feira, a famosa xepa. “Vai aí um joguinho contra o Santos? Tá baratinho!”, insiste o locutor da televisão, digo, o feirante. Por falar em TV, fiquei sabendo por meio de um programa de fofocas que a cantora Gretchen adora ser alvo ser de memes, mas recentemente bloqueou na internet ter seu nome vinculado a... vocês sabem quem. Não exatamente a pessoa, mas o personagem, aquele das histórias infantis que outra cantora de renome, a Cássia Eller, falava para a gente tomar cuidado. “Pega daqui e pega de lá”, alertava Cássia no videoclipe, juntamente com uma gargalhada pérfida. A “pegação” que a gente espera não é bem essa. É aquela da Libertadores de 2013, que ajudava a botar o time com sangue nos olhos depois de Marcos Rocha emplacar no vestiário uma trilha sonora embalada pelos Racionais. Espero que, em 2018, o time “osso duro de roer” volte a campo e defenda seu território com alma e coração no melhor estilo Tijuana: “Chega pra lá! Tô chegando e vou passar”, “porque quando eu pego, eu levo pela mão, não mando recado. Eu vou na contramão”. E que a cada jogo, rumo à elite do futebol brasileiro, a gente tenha confiança para dizer: “o bicho vai pegar!”.