Eu já falei por aqui sobre os índices do mercado financeiro, que são referências e representações de um determinado segmento usadas para analisar a performance de investimentos na bolsa de valores. Em um cenário em que as empresas e a sociedade estão cada vez mais preocupadas com valores como responsabilidade social, ambiental e governança corporativa, uma tendência vem ganhando forte espaço no mercado financeiro são os índices que analisam o desempenho de acordo com esses critérios. Um desses indicadores, especificamente, tem se destacado: o ESG.
ESG é a sigla em inglês para Environmental, Social and Corporate Governance (meio ambiente, social e governança corporativa, em tradução livre). Nessa sopa de letrinhas, o E, avalia a performance da empresa em relação ao meio ambiente e pela garantia da sustentabilidade nas suas operações. O S analisa como a empresa gerencia o relacionamento com seus colaboradores, fornecedores, clientes e toda a comunidade em que opera. Já a letra G reflete como a companhia exerce sua liderança, auditorias, remuneração dos executivos, além dos direitos dos sócios e acionistas.
Quando uma companhia é bem avaliada nos três pontos, podemos dizer que ela é aprovada no critério ESG. E, assim, traz uma maior segurança para a sociedade e, até mesmo, para o capital de possíveis investidores.
A minha visão sobre o ESG é ampla e acredito que a análise de uma empresa deve ir além de apenas a análise desse indicador. De qualquer forma, vejo o ESG como a única forma de ganhar dinheiro hoje. Isso porque, na minha linha de pensamento, o capitalismo de sucesso é aquele que tem o cliente como foco e, cada vez mais, os clientes estão exigindo um posicionamento das empresas em questões de temas socioambientais e governança.
Há alguns anos, os consumidores iam atrás das empresas em busca de um posicionamento sobre um tema. Hoje, eles cobram esse posicionamento delas. E cabe às companhias encontrar o seu caminho, pois muitos posicionamentos, certamente, vão desagradar uma parcela do público.
Fique atento às empresas que começaram a falar de tópicos do ESG apenas nos últimos dois anos. Valores que mudam com o tempo não são valores, mas interesses passageiros. Preocupações com o ambiente, o social e a governança corporativa devem conduzir o futuro próximo do mercado financeiro, não só no Brasil, mas no mundo. Portanto, fique de olho em discussões do tipo envolvendo os diversos players do mercado financeiro.