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Você escuta algum podcast?

Publicado em 06/04/2023 às 06:00.

Léo Miranda

Um dia desses ao final de mais uma aula, um aluno me perguntou, professor você indica algum podcast sobre esse assunto? O assunto em questão estava ligado à geopolítica mundial, tema complexo e cheio de variáveis e detalhes que nem sempre posso pormenorizar em uma aula de 50 minutos e com uma carga horária extensa. Respondi a ele que sim, eu escuto vários podcasts, não só de geopolítica, e que eles fazem parte inclusive do meu consumo diário de informações, inclusive, mais do que outras mídias. Os podcasts podem ser definidos de forma bastante genérica, como os programas de rádio da web, com a vantagem de você poder escutá-los no horário em que quiser e no tempo que tiver disponível, já que é possível pausá-los, voltar em alguma parte, ou mesmo acelerar a reprodução.

O termo podcast surgiu em 2004 e vem da junção de dois termos oriundos do inglês: pod (“personal on demand” ou “demanda pessoal”) e cast de broadcast (ou radiodifusão). Os primeiros podcasts chegaram no mesmo ano no Brasil, mas ainda pouco conhecidos e geralmente em plataformas acessíveis por meio de sites especializados. Dois anos depois, com o início das atividades do primeiro serviço de streaming (transmissão de áudio ao vivo) nos Estados Unidos, fez com que os podcasts começassem a se popularizar como fontes de conteúdo dos mais diversos. Em terras brasileiras essa popularização é recente, de uns cinco anos para cá, principalmente com a profissionalização dessa mídia que passou a ser utilizada por grandes empresas de comunicação do país, com conteúdos jornalísticos e especializados.

A grande sacada dos podcasts é que qualquer pessoa pode ter um, mesmo que com poucos recursos técnicos, investimentos e até mesmo conhecimento de edição. Hoje já existem aplicativos para celulares que fazem todo o processo, bastando que você tenha o principal: o conteúdo. Do ponto de vista dos consumidores, essa mídia ainda é muito nichada, para usar um termo recente, pois seus consumidores são em geral adultos e não os mais jovens. Esse último público ainda reconhece na rapidez da reprodução das redes sociais um atributo mais atraente que os lentos programas em áudio (mesmo sabendo que eles podem ser acelerados). Apesar disso, a cada ano se multiplicam os podcasts que tentam capturar adolescentes e jovens adultos, com temas que conversam com o mundo geek, de games a filmes e séries, com um tempo de reprodução cada vez menor, no formato de “pílulas”.

Na educação o uso dos podcasts ainda é tímido, mas com um enorme potencial. Por que não produzir um podcast com os alunos? Ou, porque não propor em sala que determinados temas sejam estudados por meio deles, em uma espécie de sala de aula invertida? Com a curadoria dos professores, novas possibilidades de aprofundamento do ensino e de vivências podem ser ampliadas por meio dos podcasts. Se você ainda não é um consumidor desse tipo de mídia, vale a pena conhecê-la.

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