A GOL Linhas Aéreas Inteligentes anunciou em comunicado para seus investidores que fechou um acordo de financiamento de 600 milhões de dólares para adquirir novos Boeing 737 Max 8. Segundo a companhia, a transação contempla dez arrendamentos financeiros, com taxa de juros próximas a 6% ao ano. E aí vem a pergunta: quanto custa um avião?
Empresas aéreas não compram mais aviões; muito raramente, ao menos as brasileiras não têm mais essa prática. O que acontece é o leasing, seja financeiro ou operacional. No leasing financeiro, o avião é adquirido por um banco ou um “lessor”, que é como chamamos as empresas de leasing de aviões, e esta repassa ao operador aéreo em várias parcelas (que são muito além de 36x, 48x, 60x...). Já no leasing operacional, como o nome diz, a empresa aérea simplesmente aluga o avião de um lessor e o utiliza por um período contratual (5, 10, 15 anos) e, ao final, escolhe adquirir o bem ou simplesmente devolver.
No caso da GOL, esta tem adotado muito o leasing operacional. O montante financeiro anunciado pela empresa laranja-prata que recém completou 21 anos de existência nos céus do Brasil cobrirá não apenas o recebimento de 12 novíssimos Boeing 737 Max 8, como auxiliará nos custos da devolução de 18 Boeing 737-800NG, que atualmente operam na empresa.
Então, em boa conta de padaria, um Boeing 737 Max 8 custa ao redor de 50 milhões de dólares, com o câmbio perverso que temos no Brasil: 275 milhões de reais aproximadamente. Aviões menores, como os ATR72-600 utilizados por Azul e Voepass, giram ao redor de 25 milhões de dólares e os pequeninos Cessna C208B Grand Caravan EX, utilizados por Azul Conecta e recentemente adquirido pelo Bombeiros de Minas Gerais, algo até 3 milhões de dólares. Com tais cifras, o financiamento é o melhor caminho, para que o empresário do ramo consiga investir no segmento, tão castigado pelo preço dos combustíveis, paridade cambial e infraestrutura - esta última, com melhoria considerável nos últimos anos.