A notícia mais importante dessa sexta-feira (23) diz respeito ao tumulto que teria tomado conta do comitê pró-reeleição do presidente Jair Bolsonaro. A conclusão é a de que o comitê teme algumas “loucuras” próprias do estilo presidencial, como, por exemplo, o pífio resultado do Auxílio Brasil que não rendeu um voto sequer para o presidente Bolsonaro, assim como nada rendeu também o barateamento da gasolina e do diesel, tido pelo comitê da reeleição como dois tiros n’água. Até porque os beneficiários desses dois traques teriam sido exatamente os que já votam em Bolsonaro – sobretudo os mais ricos.
Nesse sentido, uma ala mais radical do tal comitê – dada a diferença que o ex-presidente Lula impõe ao seu adversário (47% a 33%, com viés de baixa) - avalia que seria praticamente impossível Bolsonaro alcançar o ex-presidente, a menos que leve a eleição para o segundo turno. E aí, poderia valer tudo, até mesmo no questionamento das urnas eletrônicas.
Ontem, por sinal, o presidente da República voltou a falar numa tal “sala forte” existente no TSE, coisa que não passa pela cabeça de ninguém até porque essa “sala” não existe. De maneira que, na ausência da tal “bala de prata”, o que se teme é que Bolsonaro entre numa “aloprada” e tumultue o resultado eleitoral, até porque, anteontem, numa entrevista à TV A Crítica, Bolsonaro teria dado a senha para que os militares pudessem entrar na tal “sala forte” do TSE ao avisar que as Forças Armadas – que de eleição não entendem nada – pretendem colocar técnicos deles dentro da sala forte do Tribunal.
Bolsonaro insiste que essa é “uma sala que ninguém conhece o que acontece lá dentro” e repete: “a chance de fraude diminuiu bastante, mas não fica zerada”.
O que se imagina é que o presidente Jair Bolsonaro parece sentir a possibilidade de uma derrota eminente e já começa a dar desculpas para esse possível naufrágio. O que não seria demais diante do desespero que começa a tomar conta de parte do comitê da reeleição. Há, no entanto, quem pensa que essa estratégia de tumultuar as eleições possa ser um “tiro no pé” do presidente da República, pois assim Bolsonaro perderia mais votos e afastaria eleitores sempre que provoca “tumulto” e adota “teorias conspiratórias”.
Como admite um parlamentar do centrão, “voltar a atacar as urnas é uma ideia aloprada”. Mas não deixa de ser estranho que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, tenha pedido “férias” com o pretexto de ajudar os seus companheiros do Piauí exatamente às vésperas da eleição. O fato é que, minimizando o que acontece no comitê da reeleição, há um certo descontrole na condução da campanha de Bolsonaro.
Puxando as cordas para Minas Gerais, onde o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) enfrenta o poderio econômico do governador Romeu Zema, embalado pelo acordo da Vale, o que se observa é que Kalil subiu alguns pontos e Zema caiu outro tanto, mas não mudou a preferência do eleitor para uma vitória do governador, possivelmente no primeiro turno.
Assim, Zema tem 48% das intenções de voto, Kalil pontuou 28%, Carlos Viana cravou 4% e os demais não passaram de 1%. Para o Senado, o deputado estadual Cleitinho (PSC) lidera a corrida com 20%, seguido por Alexandre Silveira (PSD) com 13%, Marcelo Aro (PP) com 10%, Sara Azevedo (Psol) com 4%, Bruno Miranda (PDT) com 3%, pastor Altamiro Alves (PTB) com 3% e os demais com 1% ou não pontuaram. Não sabe nem respondeu tem 28% e brancos e nulos com 17% – o que pode render alguma virada de última hora.
No mais, dar a falar a entrevista do ex-presidente Lula ao programa do Ratinho, do SBT, que mais se pareceu com uma conversa de bar, havendo até troca de confidências com um dizendo ao outro que “já comeram uma picanha juntos”, mas sem deixar de prestar atenção quando o apresentador se despediu de Lula com um “boa noite, presidente”.