Blog do LindenbergCarlos Lindenberg, jornalista, ex-comentarista da BandMinas e Rádio Itatiaia, e da Revista Exclusive. Autor do livro Quase História e co-autor do perfil do ex-governador Hélio Garcia.

Gleisi reage com espanto à reação do mercado às declarações de Lula

Publicado em 12/11/2022 às 06:00.

Foi com espanto que a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, recebeu a reação do mercado à fala do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, na última quinta-feira, quando Lula chegou a chorar ao constatar que o Brasil voltou ao mapa da fome. Aliás, foi nessa mesma toada, a de Gleisi, que Lula reclamou da “sensibilidade” dos mercados. 

E Gleisi foi além, ao dizer que o que houve, na verdade, foi um ataque especulativo e que todo mundo conhece Lula e que o PT não abre mão de colocar a “responsabilidade social” em primeiro lugar. E comentou que os movimentos do mercado voltaram ao normal já nessa sexta-feira e emendou: - "Então por que esse espanto? Responsabilidade fiscal e responsabilidade social têm que ter por nossa parte a mesma visão de responsabilidade, mas nós jamais vamos abrir mão de ter a responsabilidade social colocada em primeiro lugar”. 

A quinta-feira foi dia de liquidação dos ativos brasileiros com queda na bolsa de valores e disparada do dólar e dos juros futuros. Lula emendou na quinta-feira: - "Por que toda hora as pessoas falam que é preciso cortar gastos, que é preciso fazer superávit, que é preciso fazer teto de gastos, por que as mesmas pessoas que discutem teto de gastos com seriedade não discutem a questão social neste país?"

O fato é que a PEC da transição foi adiada para depois do feriado. No início da semana a previsão era a de que o texto, que pretende abrir espaço no orçamento de 2023 para o pagamento de R$ 600 mais o aumento real do salário-mínimo, além de suprir a merenda escolar – que acabou – e mais a Farmácia Popular – que também acabou – essas questões serão discutidas após o feriado de 15 de novembro.

QG da transição
Dois outros assuntos chamam a atenção nessa fase de transição. Primeiro foi que ao chegar ao prédio do Banco do Brasil, onde será montado o QG da transição, todo os equipamentos já estavam montados pelo GSI, do general Heleno, e tudo foi dispensado pela Polícia Federal e pela própria equipe transitória porque, evidentemente, não mereciam fé. 

Depois, ninguém sabe quem deu a ordem para que os computadores do Palácio do Planalto fossem apagados. Uma mensagem logo após o segundo turno das eleições que alguém deu uma ordem para que todo o sistema de informática do Planalto fosse desligado. Não se sabe a perda do que foi para o espaço e também não se sabe o que foi deletado. Mas soa estranho o silêncio que tomou conta da rede de computadores do Palácio do Planalto. Será que os sigilos de 100 anos foram também apagados?

PRF
Por fim, o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, começa a ser investigado pela Polícia Federal, após solicitação do Ministério Público Federal. Silvinei passou a ser alvo da Polícia Federal porque na véspera do segundo turno ele mandou bloquear estradas numa varredura sem precedentes no que foi interpretado como uma manobra do diretor da PRF para evitar que eleitores de Lula chegassem a tempo de depositar seu voto. 

Por falar em bastidores, o líder do bloqueio de rodovias em Santa Catarina, empresário Emílio Dalçoquio, foi visto na companhia do presidente Jair Bolsonaro quando as estradas foram bloqueadas. Por fim, o preço dos combustíveis continua subindo, o que significa que a medida tomada pelo presidente Bolsonaro foi eleitoreira e agora está nas mãos do ministro Gilmar Mendes, para uma decisão por que os governadores do Nordeste perceberam a manobra do presidente da República.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por