O futuro presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chegou domingo à noite a Brasília com algumas tarefas de ataque imediato. Não sem antes ficar de repouso, a conselho médico, em função de um problema na garganta. Mas Lula não tem tempo a perder.
Nessa semana em que deve ficar em Brasília, o presidente eleito vai manter contatos com o presidente da Câmara, Arthur Lira, com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, além de se encontrar com a bancada evangélica, fundamental para que a Câmara fure o teto de gastos e garanta o pagamento de R$ 600 – compromisso também do candidato derrotado, Jair Bolsonaro – mais uma ajuda de R$ 150 por dependente. Ou seja, Lula não pode perder tempo até porque precisa também escolher os nomes que farão parte da comissão de transição, entre eles os da Defesa.
Não bastasse isso, Lula, que viajou em companhia de Fernando Haddad, seu provável ministro da Fazenda, tem o prazo para aprovação da proposta da PEC cada vez mais exíguo. O relator do orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), já anunciou que pretende protocolar o texto da PEC nesta terça-feira (29) para que o projeto seja votado até o meio de dezembro.
Falta, contudo, fechar dois pontos: o prazo de validade do texto e o valor que ficará acima do teto. Ao que tudo indica, o valor ficará acima do teto alguns bilhões e parece consenso no PT que dois anos seriam suficientes para a validade do futuro orçamento, sem falar na pressão que o mercado financeiro vem fazendo contra o presidente eleito.
O que se sabe é que o futuro governo já está em contato com militares de alta patente, como o ex-ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e o ex-comandante do Exército, Edson Pujol.
Ataques
Contudo, não se pode deixar de falar no garoto de 16 anos que matou quatro pessoas em Aracruz, no Espírito Santo, e deixou outros 11 feridos, depois de invadir uma escola pública e outra particular. O garoto, cuja arma foi subtraída do pai, um policial militar, que também está sendo investigado sob a suspeita de ter ensinado o filho a atirar, disse que sofria “bullying” e que teria atirado aleatoriamente.
Assim também não se pode deixar de condenar o ataque que o músico Gilberto Gil sofreu no Catar na última semana. Foi um ato insano, cujo autor já está identificado, mas acima de tudo, uma atitude covarde contra um dos monstros sagrados da musicalidade brasileira.