Blog do LindenbergCarlos Lindenberg, jornalista, ex-comentarista da BandMinas e Rádio Itatiaia, e da Revista Exclusive. Autor do livro Quase História e co-autor do perfil do ex-governador Hélio Garcia.

Presidente descarta Paraguai, conversa com Zelensky e faz novo ataque às urnas

Publicado em 19/07/2022 às 20:57.

Agora é definitivo: o presidente não irá mesmo ao encontro do Mercosul, no Paraguai. Mas não foi a febre que o acometeu de domingo para segunda, como ele disse na manhã de segunda-feira ao se reunir com os apoiadores que o cercam na porta do Palácio da Alvorada. A febre não impediu que o presidente conversasse com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O presidente ucraniano teria conversado com Bolsonaro sobre a situação do front da guerra, sobre a importância de retomar as exportações de grãos ucraniamos para evitar uma crise alimentar global, segundo Zelensky, provocada pela Rússia, e recorreu ao expediente de pedir que os “parceiros se juntem às sanções contra o agressor”.

Não se sabe se foi exatamente isso o que o presidente da Ucrânia conversou com o presidente Bolsonaro, até porque há poucos dias ele disse que sua conversa com Zelensky seria um “segredo de Estado”. Além do mais, Bolsonaro esteve há pouco tempo com o presidente russo Wladimir Putin, numa conversa que, segundo Bolsonaro, levou três horas. Para o vice-presidente, Hamilton Mourão, que sempre dá um palpite nas conversas do presidente, embora delas não participe, trata-se de “ato de solidariedade à Ucrânia”.

Mas a semana será marcada pelas convenções partidárias que definirão as chapas para a disputa presidencial. Até dia 5 de agosto, os partidos vão definir seus candidatos e após essa data os partidos terão até o dia 15 para os registros dessas candidaturas. Foi aí que o ex-presidente Lula dançou em 2018 e acabou tendo que lançar Fernando Haddad, que ficou em segundo lugar e hoje lidera a corrida para o governo de São Paulo.

A primeira convenção será do PDT, quarta-feira, que deverá homologar o nome de Ciro Gomes, com um vice até agora desconhecido. O PT lançará a chapa Lula-Alckmin no dia seguinte. O Avante faz a sua convenção no sábado e vai homologar o nome do deputado André Janones, em Belo Horizonte. O PL confirmará a candidatura de Jair Bolsonaro no domingo, cujo vice ainda é um mistério, embora tudo leve a crer que será o general Braga Neto. O candidato do Novo, Luiz Felipe d’Avila, será lançado sábado em São Paulo; Luciano Bivar (União-Brasil) no dia 5 de agosto em São Paulo. E a expectativa fica por conta de Simone Tebet, do MDB, cujos caciques estão sendo assediados por Lula na expectativa de que a senadora desista de concorrer.

Na tarde dessa segunda-feira, o presidente Bolsonaro se reuniu com  embaixadores no país e fez novo ataque às urnas eletrônicas. Os embaixadores da China e da Argentina não foram convidados. O presidente do TSE, Edson Fachin, declinou do convite em nome da “neutralidade”. E não só ele, como todos os presidentes dos poderes.

O que se imagina é que Bolsonaro teme uma derrota em dois de outubro e nesse caso poderá alegar que foi derrotado pelas urnas eletrônicas, embora tenha sido eleito presidente da República e reeleito deputado federal (ele e seus três filhos) sem nenhuma contestação ao resultado eleitoral.

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