Blog do LindenbergCarlos Lindenberg, jornalista, ex-comentarista da BandMinas e Rádio Itatiaia, e da Revista Exclusive. Autor do livro Quase História e co-autor do perfil do ex-governador Hélio Garcia.

Quem avisa, amigo é: o senador Jacques Wagner aconselhou Lula a assumir a articulação do governo

Publicado em 01/12/2022 às 06:00.

Como bem avisou o senador Jacques Wagner, faltava um articulador para que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pudesse romper o teto de gastos e ganhar com isso algo em torno de R$ 105 bilhões para gastar ao longo de dois ou quatro anos. Com isso, Lula terá, na verdade, R$ 157 bilhões para gastar fora do teto de gastos, valor integral para custear os R$ 600 mensais para 21,5 milhões de famílias, além dos filhos de até 6 anos – 18 bilhões – mais investimentos de R$ 23 bilhões, furando o teto e, ainda, com dinheiro para investimento.

E investimento é o que Lula promete fazer logo nos primeiros dias de seu governo, ao reunir-se com os governadores para priorizar obras que estão paralisadas, dentre elas, possivelmente, a BR-381.

Lula, no entanto, não fez isso de graça. Teve que negociar, inclusive com o deputado Arthur Lira, que deve continuar como presidente da Câmara dos Deputados, embora o senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado e do Congresso Nacional, comece a enfrentar o candidato do presidente Jair Bolsonaro, Rogério Marinho (PL), à presidência da Casa. 

Isso pode complicar a situação do senador mineiro. De qualquer forma, Pacheco parece escudado pelo presidente David Alcolumbre, presidente da Comissão de Justiça do Senado, que o antecedeu no cargo.

Mas quem passou por maus pedaços na terça-feira foi o presidente da Câmara, Arthur Lira. Ao chegar para um jantar com o presidente Jair Bolsonaro, pago pelo PL, Lira foi vaiado por apoiadores de Jair Bolsonaro que não se conformam com a vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva. Segurando bandeiras do Brasil e as agitando, os manifestantes chamaram Lira de “covarde” e “omisso”, mas aplaudiram o presidente Bolsonaro quando ele deixou o restaurante, onde estavam, entre outras cem pessoas, o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) – que não se reelegeu –, Jorginho Melo, Bia Kicis e o major Vitor Hugo. Enfim, era a fina flor do bolsonarismo.

Novidades na política não faltam, ainda mais agora que Lula está no centro do furacão. Mas a notícia mais nova vem do Rio Grande do Sul. O governador reeleito do Rio Grande, como os gaúchos gostam de chamar o extremo sul do Brasil, Eduardo Leite, anunciou que passará a presidir o PSDB a partir do ano que vem.

Com isso, ele tira a primazia do deputado Aécio Neves que, por décadas, atuou como orientador do partido que ajudou a criar. O bastão agora passa para o governador gaúcho. Por último – se em política pode-se usar essa palavra –, deve-se registrar que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu antecipar a sua posse para 12 de dezembro, a partir do que Lula poderá exercer com mais propriedade o exercício do cargo, até mesmo nomeando os comandantes militares, além de outros possíveis ministros, entre os quais Fernando Haddad, para a Fazenda, ou José Múcio para a Defesa.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por