A semana que vem pode começar com novidades. Está tudo acertado para que o candidato do PSB, Saraiva Felipe, entre na campanha em favor do ex-prefeito Alexandre Kalil, trazendo com ele o apoio do presidente nacional na legenda, Carlos Siqueira, e possivelmente com o candidato de Lula à vice-presidência, Geraldo Alkmin.
Ontem, o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, pediu demissão do cargo de assessor do presidente da República e com isso abriu as portas para tornar-se vice do presidente Jair Bolsonaro. Mas o dia promete hoje é em Salvador. O ex-presidente Lula, o presidente Jair Bolsonaro e os presidenciáveis Ciro Gomes e Simone Tebet vão a Salvador para comemorar com os baianos a data maior da baianidade, o 2 de julho, numa maratona que começa com a motociata de Bolsonaro e termina com a entrada de Lula na Arena da Ponte Nova, um espaço aberto, mas que a segurança do ex-presidente estará atenta porque há alguns dias o pessoal do ex-presidente vem sendo alertado para a possibilidade de um atentado, em função sobretudo da sua liderança na corrida presidencial.
Numa época dessas, as notícias não param. E vem de Brasília o voto do ministro Nunes Marques ao decidir ontem à tarde que a Assembleia Legislativa do Estado foi omissa ao não permitir a entrada de Minas no Plano de Recuperação Fiscal do Governo Federal. E mandou que se o Executivo quiser, e for de sua conveniência, que pode entrar no novo regime, pelo qual o governador Romeu Zema vem trabalhando desde que sentiu um movimento na própria Assembleia contra o que pretende.
Ou seja, Zema perde de um lado, com a entrada de Saraiva Felipe na campanha de Kalil, mas ganha de outro, com a dispensa de pagar as multas que seriam cobradas. O estranho é que Nunes Marques tenha dado a sua sentença, quando na verdade quem estava com o processo era o ministro Luiz Fux.
Ontem à noite o Instituto DataFolha divulgou a pesquisa de Minas Gerais. Por ela, Zema tem 48% no primeiro turno em Minas e Kalil marca 21 pontos. O ex-prefeito de Belo Horizonte é tido pelo DataFolha como o mais rejeitado e Lula é melhor padrinho em Minas Gerais.
O mesmo levantamento aponta que Carlos Viana (PL) tem 4%, Vanessa Portugal tem três, Renata Regina ( PCB) e Miguel Correa têm 2% cada. Com 1% entram Marcus Pestana (PSDB), Lorena Figueiredo e Saraiva Felipe, que, como anunciado, retirou a candidatura para somar-se com Alexandre Kalil. Dez por cento não sabem em quem votar e 8% declaram o voto em branco. A pesquisa não é boa para o ex-prefeito Alexandre Kalil, que, assim, dá corda ao governador Romeu Zema. Ocorre aí um possível erro de estratégia: Kalil não está à vontade no vídeo com a conversa de que mineiro gosta de “uma carninha, uma cervejinha”. Isso talvez ficasse melhor no ex-presidente Lula.
Mas na pesquisa espontânea, 59% indicam não saber em quem votar – e é sobre esse público que Kalil deveria se concentrar, com um novo posicionamento.
No interior de Minas, a diferença se acentua com 52% para Zema e 14% para Kalil. Já na capital, o ex-prefeito de BH vence por 46% a 32%.
Zema tem 52% entre os eleitores de ensino superior, 44% entre quem recebe até dois salários-mínimos, 68% entre empresários e 41% entre os desempregados. Não é segredo para ninguém que os empresários estão fechados com Romeu Zema.
A polarização em Minas se dá entre o ex-prefeito Alexandre Kalil, que tem o apoio do ex-presidente Lula, e Zema, que está vinculado ao presidenciável Felipe Dávila, do Novo, mas que é cortejado pelo presidente Jair Bolsonaro.