Blog do LindenbergCarlos Lindenberg, jornalista, ex-comentarista da BandMinas e Rádio Itatiaia, e da Revista Exclusive. Autor do livro Quase História e co-autor do perfil do ex-governador Hélio Garcia.

Simone Tebet quer que a campanha de Lula tenha um pouco mais de juízo

Publicado em 11/10/2022 às 06:00.

Razão tem a senadora Simone Tebet, que pede mais juízo à campanha do ex-presidente Lula (PT). Para Tebet, é preciso que Lula não abuse do vermelho, como fez em Belo Horizonte neste fim de semana, quando, a não ser pelas mãos do presidente Lula, uma bandeira nacional tremulou em suas mãos.

Para a senadora Simone Tebet, com mais de 5 milhões de votos, é preciso que não se tinja de vermelho as praças desse país, a menos que o eleitor de Lula queira assustar o interiorzão de São Paulo e parte do Centro-Oeste, onde impera o agronegócio. 

De sorte que Simone Tebet, que desbancou o ex-presidenciável Ciro Gomes na reta final, não tem como deixar de ter razão. Não é que o vermelho assuste, mas é que o que se vai votar agora, dia 30, é contra permanência de Bolsonaro na Presidência da República e não necessariamente em favor de Lula.

Mas ontem, o Ipec soltou uma nova pesquisa. Não muda muito as anteriores, ainda que mantenha o ex-presidente Lula na dianteira, com 51% dos votos e Bolsonaro com 42%. Os indecisos somam 2% e brancos e nulos, 5%. 

No primeiro levantamento realizado há cinco dias, Lula tinha os mesmos 51% e o presidente da República, 43%. A diferença entre eles oscilou de oito para nove pontos percentuais com a margem de erro de dois pontos. 

No cálculo dos votos válidos, o que é o que conta para o TSE, Lula teria 55% e Bolsonaro, 45%, iguais os da rodada anterior. Com um detalhe: agora são 94% os que dizem estar convencidos em quem vão votar, enquanto os que ainda podem trocar de candidatos somam 6% (eram 8% na semana passada).

Mas o que assusta a essa altura da disputa eleitoral é a tentativa de Jair Bolsonaro de ampliar de 11 para 15 o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Isso cheira a golpe, porque, se vencer a eleição, Bolsonaro teria pelo menos mais quatro ministros para indicar, sendo que até agora já indicou dois: Kássio Nunes e André Mendonça. 

E não custa comentar que os militares, chefiados pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, entraram mudos e saíram calados quando chamados, por Bolsonaro, para atuarem como guardiães do “devido processo legal”, as “quatro linhas” a que se referia Bolsonaro. 

O Tribunal de Contas da União (TCU) fiscalizou mais de 600 urnas aleatoriamente e não encontrou um sinal trocado entre as urnas eletrônicas, deixando mal tanto o general ministro da Defesa como o próprio presidente Jair Bolsonaro. Cadê os erros das urnas?

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