Blog do LindenbergCarlos Lindenberg, jornalista, ex-comentarista da BandMinas e Rádio Itatiaia, e da Revista Exclusive. Autor do livro Quase História e co-autor do perfil do ex-governador Hélio Garcia.

Uma campanha agressiva que marca a polarização do país provavelmente para sempre

Publicado em 22/10/2022 às 06:00.

Talvez estejamos diante da eleição de maior corrupção do país. O governo despeja dinheiro no Auxílio Brasil, sem dizer que essa grana poderá ser devolvida depois, de forma que, além disso, o que tem de ataques frontais aos dois candidatos não está no gibi, para usar uma expressão em desuso há muitos anos.

Ontem mesmo, em visita a Minas Gerais, onde Lula ganhou no primeiro turno, mas vem perdendo no Sudeste, ao se dirigir ao governador Romeu Zema, que esteve em São Paulo para pedir votos para o candidato Tarciso Freitas, candidato de Bolsonaro, disse que Zema deixou cair a máscara, ao assumir a campanha contra Lula no Estado.

Lula estava acompanhado da senadora Simone Tebet, da deputada Marina Silva, além de Janja. E foi direto contra Zema ao dizer que ele fingia não ter candidato no primeiro turno, quando lançou o senador Carlos Viana, “porque ele sabia que 40 por cento dos meus candidatos votaram nele. Mas agora, depois das eleições, caiu a máscara e ele é um bolsonarista”. E desafiou: - digam para Zema que vocês já têm candidato. 

De branco, o candidato do PT concentra esforços em Minas Gerais neste fim de semana para tentar ampliar a vantagem de 563 mil votos em cidades onde venceu seu adversário no primeiro turno. Nesse tour, Lula visita ainda Juiz de Fora, onde Bolsonaro sofreu um atentado em 2018, e visita também Belo Horizonte, onde perdeu no primeiro turno, e Ribeirão das Neves, também na Região
Metropolitana de Belo Horizonte. 

Lula, na verdade, vem tirando essa diferença no Nordeste. Na última pesquisa do DataFolha ele se mantinha na liderança das pesquisas de intenção de votos pontuando 52% dos votos válidos contra 48% de Bolsonaro, com uma curiosidade no recorte da pesquisa: eleitores de Simone Tebet preferem Lula e eleitores de Ciro – cujo paradeiro por sinal ninguém sabe - escolhem Bolsonaro.

Bolsonaro avança entre homens, evangélicos, negros no Sudeste, enquanto Lula se aproxima dos brancos, e sustenta vantagem entre mulheres, pobres e católicos, enquanto 94% já dizem saber em quem votar dia 30 de
outubro, a dez dias do segundo turno. 

Por isso é que diz que essa taxa de indecisos, assim como a taxa de abstenção, pode decidir o resultado.

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