Dr Jean EldinFormado em Medicina pela Unifenas, o médico Jean Eldin é especializado em medicina ortomolecular e nutrologia, com grande experiência na área de emagrecimento.

Atenção à sua alimentação: Casos de doenças inflamatórias intestinais sobem 233% em 8 anos no Brasil

Publicado em 07/08/2024 às 06:00.

As doenças inflamatórias intestinais (DIIs), que incluem a doença de Crohn e a colite ulcerativa, estão se tornando uma preocupação crescente. No mundo, elas acometem mais de 5 milhões de pessoas. Essas condições crônicas, caracterizadas pela inflamação persistente do trato gastrointestinal, impactam significativamente a qualidade de vida do indivíduo e representam um desafio para os sistemas de saúde. 

Historicamente predominantes em países desenvolvidos, as DIIs estão emergindo também em regiões em desenvolvimento, refletindo mudanças nos padrões de dieta, ambiente e estilo de vida. Este fenômeno global destaca a necessidade urgente de pesquisas aprofundadas e estratégias eficazes de prevenção e tratamento para lidar com essa crescente preocupação na saúde pública. 

Um estudo realizado por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, publicado na revista internacional Lancet, em junho de 2022, apontou que essas doenças, muitas vezes subnotificadas, tiveram um aumento no nosso país de 233% em oito anos. A quantidade de pessoas diagnosticadas com DIIs no Brasil passou de 30 casos por 100 mil habitantes em 2012 para 100,1 casos por 100 mil pessoas em 2020. 

A dieta é fundamental no tratamento e prevenção das DIIs, porque bons hábitos alimentares podem evitar crises (marcadas por diarreias que duram mais de 15 dias, diarreias recorrentes com cólicas, sangue, muco ou pus nas fezes, perda de peso, urgência evacuatória, falta de apetite, cansaço), como também evitar o desenvolvimento da doença e manter a remissão. 

Portanto, fuja de alimentos com corantes, aromatizantes, espessantes ou antioxidantes. Alimentos com muitos aditivos químicos são fatores que aumentam em demasia as inflamações. Uma alimentação mais natural protege. Aposte num cardápio que priorize vegetais, peixes, carnes magras, ovos, leite, iogurtes e queijos, frutas, sementes, grãos. Tome bastante água. 

Além da alimentação, o aparecimento da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa pode estar ligado também a causas como histórico familiar, alterações no sistema imune, mudanças na flora intestinal, alimentação e influência do meio ambiente, além do tabagismo. 

Se identificar alguns dos sintomas, procure um médico para um diagnóstico correto e um tratamento mais eficaz. Casos mais graves desses males podem ser marcados por anemia, febre, desnutrição e distensão abdominal.

Cerca de 15 a 30% dos pacientes podem apresentar ainda manifestações extraintestinais, como dor nas articulações, lesões de pele ou nos olhos. 

As doenças inflamatórias intestinais não têm cura, mas é possível conseguir um bom controle com medicamentos. A dieta, nestes casos, deve ser individualizada, estar de acordo com o estado do paciente e a fase em que se encontra a doença. A orientação de uma equipe multidisciplinar, formada por médicos e nutricionistas, é muito importante.

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