Longevidade: o que as Blue Zones têm a nos ensinar

Vejo muito em meu consultório: A busca pela longevidade e qualidade de vida leva muitas pessoas a focar seus esforços em dietas e exercícios. No entanto, há outros fatores cruciais que podem ser a chave para viver mais e com saúde.

Este é o cerne da pesquisa do autor e explorador Dan Buettner, que, juntamente com a National Geographic, mapeou o mundo em busca das chamadas “Blue Zones” (Zonas Azuis) – regiões onde a expectativa de vida é excepcionalmente alta.

Com mais de 15 anos de investigação, Buettner descobriu cinco áreas do planeta com uma concentração notável de centenários: Okinawa, no Japão; Sardenha, na Itália; Icária, na Grécia; Nicoya, na Costa Rica; e Loma Linda, na Califórnia, EUA. Estas zonas foram identificadas através de um estudo extensivo e resultaram em diversos livros e documentários, incluindo o aclamado “Como Viver até os 100: Os Segredos das Zonas Azuis” (EUA, 2023), disponível na Netflix. Vale a pena conferir.

A ideia central das Zonas Azuis é que, apesar das variações culturais e geográficas, há práticas comuns que contribuem para a longevidade dos habitantes dessas regiões. Para Buettner, enquanto aproximadamente 20% da nossa vida é determinada por nossos genes, os restantes 80% são influenciados pelo estilo de vida. Os moradores dessas áreas compartilham hábitos e comportamentos que parecem ser os segredos para uma vida mais longa e saudável.

De forma bastante didática, bons depoimentos e belíssimas imagens, “Como Viver Até os 100: Os Segredos das Zonas Azuis” explora esses hábitos e oferece uma visão detalhada das práticas diárias e culturais desses lugares. Dele, podemos tirar nove lições essenciais para uma vida longa:

Movimente-se naturalmente: Incorpore atividade física em tarefas do seu dia a dia.

Encontre seu propósito: Ter um propósito claro e persegui-lo com paixão é fundamental.

Desacelere: Trabalhe menos, descanse e tire férias regularmente.

Coma com moderação: Pare de comer quando estiver 80% satisfeito, uma prática conhecida como “hara hachi bu” em Okinawa.

Consuma vegetais e menos carne: Foque em uma dieta rica em vegetais e pobre em carne e alimentos processados.

Moderação no álcool: O vinho tinto pode ser benéfico, mas deve ser consumido com moderação.

Cultive relações sociais: Laços afetivos e sociais saudáveis são essenciais.

Atividades espirituais: Alimente a alma com práticas espirituais ou religiosas.

Valorize a família: Faça da família uma prioridade em sua vida.

No Brasil, cidades como Veranópolis, no Rio Grande do Sul, têm sido observadas devido às suas características que podem potencialmente classificá-las como novas Zonas Azuis.

Ao refletirmos sobre os estilos de vida adotados nestes locais, podemos adotar pequenos passos que, em conjunto, podem nos levar a uma vida mais longa e saudável. A aplicação desses princípios em nosso dia a dia pode ser o segredo para não apenas viver mais, mas viver melhor.