A semana nos mercados foi daquelas que misturam adrenalina com contemplação. Teve big tech voando, gigante tropeçando, apostas em corte de juros e uma pitada de política internacional para apimentar.
Alphabet puxa o bonde e Wall Street responde com entusiasmo
O mercado em Nova York terminou a semana com força, impulsionados por resultados impressionantes da Alphabet (a gigante por trás do Google). O desempenho da empresa superou as expectativas do mercado, com o YouTube alcançando novos recordes de visualizações, o Google mantendo sua liderança em buscas e a nuvem ganhando força, trazendo um impacto significativo nos lucros. A gigante de tecnologia lucrou US$ 34,54 bilhões, 46% a mais que no mesmo período do ano passado, confirmando que bons lucros ainda são a linguagem universal.
Intel decepciona: o outro lado da moeda
Enquanto a Alphabet brilhava, a Intel trouxe um balanço mais pálido, frustrando expectativas e caindo. O mercado, que já está naturalmente sensível a qualquer oscilação nas big techs, não perdoou. A reação negativa evidencia o quanto os investidores estão seletivos e impacientes com desempenhos abaixo da média no setor. Segundo a Bloomberg, pode rolar uma redução de até 20% do quadro de funcionários.
Enquanto isso, em nossa terrinha...
A Vale apresentou um balanço do tipo “tá ruim, mas tá bom”. O lucro caiu 17%, mas, veja bem, ainda chegou a US$ 1,39 bilhão, o suficiente para não causar alarde. Na B3, as ações subiram um tiquinho; no pós mercado, caíram um tantinho. Clássico “nem fede, nem cheira”.
Petrobras cansou?
Enquanto o petróleo Brent dava uma reagida, Petrobras resolveu tirar um cochilo. Faltou energia? Não. Segundo o mercado, faltou mesmo foi um reajuste na gasolina. Mas tudo bem, nem todo mundo precisa subir todo dia. #AutoestimaPetro
Trump desmentido pela China
A tensão comercial entre Estados Unidos e China ganhou mais um capítulo de desencontros. Trump afirmou que havia diálogo em curso, mas Pequim respondeu com um seco “não estamos negociando”. Apesar disso, os mercados decidiram apostar que Washington acabará cedendo, ainda que discretamente. O velho dilema da política externa: admitir derrota nunca é uma opção, recuar sem parecer que recuou, sim.
Fed em foco: juros podem cair antes do previsto
As apostas em um corte antecipado de juros ganharam fôlego após declarações de Christopher Waller, o Fed boy da vez. Ele sinalizou que, se o desemprego bater à porta, os juros podem cair como forma de proteger o mercado de trabalho. A leitura é clara: se a inflação der margem, Powell que ainda está no “vamos ver” poderá agir mais cedo. A política monetária americana caminha na corda bamba entre cautela e resposta rápida.
BC em modo meditação: respira e conta até 3
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, decidiu que era hora de acalmar os nervos do mercado com palavras doces como chá de camomila. Em evento da XP em Washington, Guillen afirmou que a política monetária “está funcionando”, projetando inflação na meta, ou seja, respira fundo que a alta dos juros pode dar uma folga. A fala, junto com a de Nilton David, soou como música suave para as taxas futuras de juros, que despencaram em êxtase. Parece que o BC entrou em modo meditação: menos tensão, mais intenção.
Fechando a semana... com um mantra
A semana mostrou que, em tempos de incerteza, os mercados escolhem com lupa e reagem com intensidade. Boas notícias são comemoradas como golaços, más notícias são punidas sem dó, e qualquer frase de autoridade monetária vira mantra. Na balança entre otimismo pontual e cautela estratégica, investidores seguem no modo seletivo, mas esperançosos. Namastê, mercado.