Doutor em Direito pela UFMG e Analista Político

Alerta Brasil para a potência da indústria do audiovisual

19/11/2021 às 16:19.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:17

Estimativa que na América Latina e no Caribe em 2019 foram investidos US$ 5,7 bilhões em produções audiovisuais, gerando mais de 1,6 milhão de empregos diretos e indiretos, segundo estudo da Olsberg SPI. E, em 2026, haverá mais de cem milhões de assinantes de streaming na América Latina, em um total de mais de 600 milhões de habitantes na região.

Estes dispostos estão na recente publicação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) intitulada “NOS BASTIDORES: CRIATIVIDADE E INVESTIMENTO PARA A AMÉRICA LATINA E NO CARIBE”. Este rico documento é indispensável para os que lidam com o desenvolvimento econômico e social dos países e seus entes federativos, principalmente no labor de planejar e executar políticas públicas eficientes, atentando ao caos social agravado pela pandemia da Covid. De grande significado, na análise, a afirmativa que a “indústria audiovisual deve ser prioridade dada a sua importância no emprego e na economia e também porque afeta as nossas identidades culturais, forma comunidades e aumenta a nossa projeção internacional. As políticas públicas voltadas para o setor devem ter uma visão integradora: entender tanto o audiovisual em todos os seus formatos – cinemas, seriados, curtas metragens, publicidade, videogame e animação – quanto entender que ele tem a capacidade de transcender sua própria natureza e conectar-se com a cultura, o turismo e a imagem do país”.

Gerar emprego e renda, com foco no protagonismo dos cidadãos e na redução da brutal desigualdade que impera na região, deve ser a tônica principal das ações dos governos, mediantes parcerias pujantes com o segundo e o terceiro setor e, por suposto, com outros países e organismos internacionais.

Neste diapasão, o ponto fulcral da publicação do BID é o enorme potencial do setor do audiovisual, em todas as suas dimensões, para a recuperação econômica e social dos países da América Latina e do Caribe. Aqueles países atentos e pró ativos se beneficiarão sobremaneira. Segundo o documento, “Estamos à beira de um novo boom audiovisual na América Latina e no Caribe. Com a Covid, no entanto, a demanda por conteúdo audiovisual não diminuiu; pelo contrário, continuou a crescer por meio de novos formatos, como o streaming. Graças aos grandes investimentos que injetam nas economias locais, a indústria audiovisual pode contribuir para uma rápida recuperação das economias criativas”. 

Portanto, desafios postos são imprescindíveis de serem enfrentados para o êxito dos países focados em surfar na onda das promissoras perspectivas do setor audiovisual. O documento alerta que: “A prioridade comum dos agentes da indústria audiovisual é suprir a carência de capital humano e, por isso, insistem na necessidade de investir na formação das novas gerações de jovens, especialmente daqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade social”.

Posto isso, atentemos para a importância do tema da capacitação para atuação no setor do audiovisual, em todos os seus formatos, segmentos e etapas. E este é um labor não apenas dos governos isoladamente, mas mediante parcerias exitosas com empresas, instituições acadêmicas, da sociedade civil, organismos internacionais e com outros países.

  

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