Anastasia no TCU: um exemplo de cidadão, de gestor e de político

O cenário político nacional perde um de seus melhores quadros. A corte de contas da União ganha um técnico de absoluta excelência e com conhecimentos bem acima da média.

Estas duas assertivas merecem breves reflexões. Não há como pensar um país desenvolvido em todas as suas dimensões sem dirigentes políticos qualificados, probos, com pensamentos e ações voltados para o interesse público. Cidadãos com conhecimentos técnicos e que respeitem sobremaneira o Estado Democrático de Direito, suas instituições e abominem a corrupção.

Anastasia, em todas as oportunidades que a vida lhe apresentou, em seus vitoriosos mandatos eletivos, demonstrou absoluta aderência com os predicados acima. Seu equilíbrio, bom senso, afabilidade e respeito com atores apoiadores e os de oposição foram ingredientes valorosos que somaram ao seu vasto conhecimento, com destacada inteligência e memória prodigiosa.

Fui testemunha ocular como Ouvidor Geral do estado de Minas Gerais em seu governo. Sua firmeza, humildade, capacidade de escuta e paradigma de um líder que motiva toda a equipe na busca de efetivos resultados fizeram crescer minha admiração iniciada desde os tempos de estudante de direito na UFMG. Ao certeiro estilo de uma referência acadêmica de um aluno para com o mestre que compartilhava conhecimentos de como o direito administrativo e a gestão pública podiam melhorar a vida dos povos.

Ainda quando estudante, talvez Anastasia sequer imaginasse que em um futuro um pouco distante seria “convocado” para a seara político eleitoral. Ganharam os mineiros em ter um mandatário de grife acadêmica. Por suposto, podiam e podem ter atores políticos e técnicos com divergências a seu pensamento teórico e doutrinário, postulados, ações e decisões quanto à concepção das funções do estado e de gestão pública. O que é inerente a uma democracia. A convergência se dá em seu estilo respeitoso às divergências técnicas e concepções políticas heterogêneas.

Saindo das fronteiras de Minas, o país ganhou um senador que conquistou o respeito e admiração de todos daquela Casa. Em seus projetos apresentados, nas relatorias e participações nas audiências públicas, externalizou para o país seu vasto conhecimento e preocupação em temas relacionados à segurança jurídica e eficiência da máquina estatal.

Seria salutar e de enormes ganhos para o país que seu ciclo eleitoral continuasse, com ainda mais influência no cenário político brasileiro, talvez integrando uma chapa em eleições presidenciais.

Portanto, chega-se ao fim o seu digno e destacado labor em consequência de eleições populares. Aquele jovem estudante de direito, que ganhou prêmios de melhor aluno ao se graduar, seguramente sonhou em ser um destacado profissional em área técnica. Por um surpreendente percalço da vida, ocupou com denodo importantes mandatos eletivos.

E por fim, neste rico período, adquiriu vastos conhecimentos políticos e enorme sensibilidade das nuances na relação entre administrador e administrado que extrapolam a frieza da lei, somados aos respectivos desafios e agruras dos gestores públicos bem intencionados no labor diário na busca do bem comum. Experiências estas que seriam impossíveis absorver apenas em bancos acadêmicos e na leitura de livros, artigos e na participação de congressos e seminários.

Superada esta etapa, um novo ciclo a ser iniciado. Mais maduro e capacitado, emerge ao posto aquele que indubitavelmente será um dos melhores ministros que já integraram o TCU.

Sucesso prof. Anastasia! Nosso desejo e expectativa.