O pós-pandemia exigirá muito dos países nos respectivos processos de recuperação econômica e social, especificamente aqueles com níveis de desigualdade mais elevados, em que por suposto houve aumento do desemprego e, no caso do Brasil, agravamento considerável das questões fiscais dos entes federativos. A efetividade do processo acima se dará sobremaneira por ações articuladas entre Poder Público, empresários e sociedade civil, atentando para um mundo globalizado em que parcerias, acordos e tratados transnacionais são imprescindíveis.
O ponto nuclear é conjugar vocações e potencialidades regionais com necessidades estrategicamente identificadas de outros países, para o chamado business to business.
O gigante chamado China, com uma população de 1,386 bilhão, PIB de 2017 de U$ 23,21 trilhões e com media de crescimento de 7% entre 2013 e 2017, se apresenta cada vez mais interessado em parcerias com o Brasil. Em termos de Minas Gerais, dados de 2018 apontam sermos o terceiro estado brasileiro que mais exporta para a China, em destaque para o minério de ferro e a soja.
Uma janela de grandes oportunidades se abre em parcerias com o nosso atrativo e diversificado setor da economia criativa. Em recente webinário para empresários chineses, tive a oportunidade de apresentar dois eixos fundamentais. O primeiro foi o turismo cultural, com foco na riqueza e singularidade do nosso patrimônio histórico material e imaterial. Com 62% do patrimônio tombado e uma rica gastronomia, com produtos premiados internacionalmente, como nosso queijo, café e azeite, aliado a um aeroporto internacional na região central, considerado o melhor do país dentre aqueles com mais de 10 milhões de passageiros por ano, nos posiciona como grande potencialidade de destino para os chineses.
O segundo eixo trata do setor do audiovisual, em destaque o da animação. Somos um povo bem criativo, ancorado pela diversidade da nossa orgulhosa colonização de negros, índios e europeus, agregada à nossa posição geográfica, qualificando Minas como estado síntese do Brasil, tanto no aspecto econômico, como social, cultural e nos costumes. Todos os anos temos obras bem avaliadas em festivais internacionais. Um passo indispensável é transformar nosso singular processo criativo em retornos financeiros satisfatórios. Em destaque o polo audiovisual de Cataguases, modelo a ser ampliado e potencializado.
A produção chinesa penetra bem no mundo oriental e encontra enorme dificuldade no mundo ocidental. E é uma política do audiovisual bem feita, estratégica e criativa que forma e divulga a imagem do país, de seus costumes, de seu estilo de vida mundo afora. Vide o competente setor norte-americano mundo afora, como influencia e forma opinião.
E do nosso lado, as parcerias com a China são de extrema importância e estratégicas, levando em conta os recursos financeiros e tecnologias advindos daquele país, ressaltando a poderosa perspectiva de inserir nossas produções em um mercado de mais de um bilhão de pessoas e divulgar Minas e nossas riquezas mundo afora. Co-produções, infra estrutura, capacitação e divulgação mútua de produções são objetivos norteadores para os próximos passos, como pontos relevantes e fulcrais do processo de recuperação econômica e social de Minas.
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