Uma vitória eleitoral não se dá da noite para o dia. Requer planejamento prévio adequado, estratégia bem definida, mas não engessada atentando a mudanças conjunturais, articulações efetivas e comunicação certeira.
Para os mais distraídos, 2026 está longe. Para os que almejam comandar o governo de Minas a partir de 2027, na ordem do dia aprofundar nas pesquisas qualitativas, cirúrgica e constante análise conjuntural e articulações com vistas às eleições de prefeitos e vereadores ano que vem, que poderão se tornar fortes cabos eleitorais em 2026.
Como o governador Zema está impossibilitado de concorrer ao mesmo mandato, o campo se abre para novos postulantes. Como nas outras eleições, deveremos ter cerca de dez candidatos. Alguns serão apenas figurantes, outros para se tornarem conhecidos ou ajudar seus partidos a elegerem parlamentares e talvez uns quatro que realmente disputarão o pleito com chances de vitória.
Até as palmeiras da praça da liberdade identificam no momento três nomes com grande potencial e interesse (mesmo que não externalizado), a saber: o Vice-Governador Mateus Simões, o Presidente do Senado Rodrigo Pacheco e o Presidente da Assembleia Legislativa Tadeuzinho.
Seguindo os ensinamentos básicos da política mineira, todos negam a pretensão e negarão por mais algum tempo, dizendo de forma uníssona que não faz sentido agora pensar em 2026, que a gravidade do momento impõe dedicação exclusiva nas respectivas atuações e que no momento certo a eleição de 26 será tratada. Falas para o público externo, sem surpresa nenhuma.
Mas o jogo já começou nos bastidores. De forma bem reservada os três nomes citados acima acompanham com olhos de lince o desenrolar dos fatos políticos e econômicos em Minas e no Brasil, analisando o “humor” da população, das lideranças políticas e da sociedade civil.
Mateus Simões, na condição de vice-governador, lhe garante legitimidade e tem percorrido todo o estado para reuniões com prefeitos e lideranças. Profundo conhecedor da máquina pública, tem na ponta da língua execução e cronograma de projetos, obras e orçamentos. Missão principal no momento é aprimorar o processo de “escuta” junto à população para se tornar mais conhecido e tornar irreversível a sua natural candidatura com apoio do governador Zema.
Rodrigo Pacheco ocupa um dos postos mais importantes da república, a presidência do Senado. Hábil nos bastidores e com o desgaste do PT em Minas, externalizada pela fragorosa derrota na disputa ao governo de Minas em 18, talvez não venha com candidatura própria, podendo apoiá-lo na disputa ao governo do estado. Caso o governo federal esteja bem avaliado, Lula será um fortíssimo cabo eleitoral. Se antes estava mais voltado a uma provável indicação para o STF, recentemente percebe-se uma mudança de rota, com divulgação de falas e ações em redes sociais, algo inusual para alguém que postula meramente um posto no poder judiciário.
Já o presidente da ALMG, Tadeuzinho, tem potencialidades que se bem exploradas podem posicioná-lo de forma destacada. Eleito de forma singular, contrariando o candidato apoiado inicialmente pelo executivo estadual, transita muito bem em diversas correntes da política mineira. Não obstante estar no quarto mandato, é jovem e sem a mácula da imagem da velha política. E filiado ao MDB, importante player nacional.
E talvez a principal potencialidade: expectativa, talvez sonho até então adormecido dos parlamentares estaduais em ter um presidente da casa eleito governador. Este fato por si só sobrepõe a projetos partidários ou acordos entre o governo Zema e sua base no legislativo. Acompanhemos os desdobramentos dos fatos.
Até porque política não é ciência exata. É uma arte e não tolera improvisos.