Em um cenário rocambolesco deveras complexo acerca do imbróglio que envolve o Brasil e os Estados Unidos, com seus personagens principais envolvidos, a saber: Lula, Trump, Bolsonaro, o super poderoso Moraes e os demais ministros do STF, os grandes estrategistas dos principais partidos se debruçam em pesquisas e análises acerca das eleições do próximo ano, tanto para Presidência quanto para os governos estaduais.
Um dos principais, senão o mais astuto e hábil, é Gilberto Kassab, comandante do PSD, partido que elegeu 891 prefeitos nas eleições de outubro de 2024, liderando o ranking nacional. Não obstante ocupar ministérios no governo Lula, é um dos principais partidos de sustentação do governador Tarcísio em SP, sendo que o próprio Kassab ocupa a Secretaria de Governo e Relações Institucionais.
Em âmbito nacional, o radar de Kassab tem como plano A a candidatura de Tarcísio à Presidência pelo Republicanos, e, assim sendo, ele se candidata ao Governo de SP. Caso Tarcísio se candidate à reeleição ao governo estadual, atuará para sua própria indicação como vice. Ou seja, o projeto do PSD em SP é estar de um jeito ou de outro na urna eletrônica com a foto e o nome do seu comandante.
E como plano B tem ainda Kassab a possibilidade de candidatura própria, com o bem avaliado governador do Paraná Ratinho Jr. Esta possibilidade já circula entre próceres de partidos da centro-direita e inclusive entre o núcleo político de Lula. Segundo os petistas, caso Tarcísio defina pela reeleição em SP, o campo da direita tende a lançar Ratinho Jr candidato a presidente.
Nesse diapasão, Kassab tem neste momento em seu tabuleiro eleitoral mineiro quatro possibilidades. Uma candidatura mais à esquerda com o Senador Rodrigo Pacheco, nome de Lula para a disputa. Atualmente no PSD, pode Pacheco migrar para outro partido (União Brasil) ou talvez nem ser candidato, por uma vaga no STF.
Pelo campo da direita, tem Kassab duas possibilidades. Apoiar uma possível candidatura do Senador Cleitinho, atualmente no Republicanos, ou abrir as portas para o atual vice-governador Mateus Simões. Esta possibilidade é o “sonho de consumo” de Mateus, pela força do PSD no Estado, vultosos recursos do fundo eleitoral e destacado tempo na propaganda eleitoral do rádio e TV (terá grande importância nas eleições de 2026).
E outra possibilidade é uma candidatura mais ao centro, alheia à polarização e ao maniqueísmo presente. Pesquisas indicam fadiga da polarização e possibilidades de um nome de centro chegar ao segundo turno com grande potencial eleitoral de êxito na disputa final.
Nos bastidores nomes são citados, em destaque para o ex-Procurador de Justiça de MG Jarbas Soares. Considerado um outsider da política eleitoral, já que nunca foi testado nas urnas, tem como ponto negativo o amplo desconhecimento pela maioria da população, o que exigiria uma definição partidária antecipada do partido pelo seu nome, o que pode não estar nos planos do estrategista Kassab.
Uma solução salomônica – uma candidatura de centro - pode ser mais estratégica politicamente e com chances de levar o partido ao comando do segundo Estado da federação de 2027 a 2030.
Uma coisa é certa. O PSD não estará como coadjuvante na disputa para o governo de Minas. Assim como na disputa presidencial e para o governo de SP, Kassab analisa com lupa o cenário mineiro com suas certeiras pesquisas qualitativas, ferramentas indispensáveis para a tomada da melhor decisão no momento que considerar o mais adequado.