Isolamento social x isolamento afetivo

Vivemos um momento histórico extremamente difícil para toda a humanidade. Com o advento do novo coronavírus, muitas atividades tiveram de ser cessadas, especialmente as que envolvem relacionamento humano. Nesse contexto, é fundamental manter a saúde emocional em ordem, até para que tenhamos consciência e sensibilidade para lidar com a situação de maneira serena. 

Hoje completo o 14º dia de isolamento. Apesar de estar trabalhando de casa, esse tempo tem sido de muita introspecção, mas ao mesmo tempo de relacionamento mais próximo da minha esposa e filhos. Brincadeiras que antes não podiam ser feitas pela “falta de tempo” têm sido uma constante. Um diálogo mais profundo sobre os nossos gostos e projeções sobre nossa vida de maneira geral são constantes.

Assim, tenho colocado em prática, vários ensinamentos para uma convivência sadia e harmônica: 
1. Comunicação
Cada pessoa tem seu modo característico de se comunicar. Uns se sentem amados com abraços, outros com elogios, e outros, mais reservados, não gostam de muita conversa, nem de carícias. Quanto aos filhos, é bom que eles sintam que são observados, e ao conversar com eles, olhos nos olhos, sempre! Por isso, menos cobranças e críticas, e, em busca da paz familiar, tenho aprendido a “falar a língua” de cada um.

2. Perguntas que fortalecem
Através do diálogo e não do interrogatório, podemos perceber que há algo para ser grato, mesmo em meio as lutas, e se sentir mais calmo por ter desabafado sobre as eventuais decepções deste tempo de incertezas. Essa tem sido uma boa maneira de fortalecer a intimidade entre nós.

3. Religiosidade
Uma forma de estreitar os laços familiares é alimentar a religiosidade de cada um. Temos procurado orar juntos, todas as noites, antes de dormir e antes das refeições.

4. Flexibilidade
Tenho tido muito cuidado com a intransigência, com o medo de ser afrontado. Em situações de conflito ou dúvidas, sempre olho no fundo dos olhos de quem estou conversando e digo: “Se você fosse eu, como agiria neste caso?”

Cada um de nós precisa se mostrar receptivo à mudança imposta por esta peste. Todos precisamos nos acalmar e ter respostas que ajudarão a entender quais os ajustes necessários para que sejamos uma família mais unida e feliz! O isolamento social, jamais poderá se transformar em isolamento afetivo.