Irlan MeloAdvogado, teólogo, professor universitário e vereador de BH eleito para seu segundo mandato como o 8° vereador mais votado de BH

Linguagem neutra em BH, não!

Publicado em 01/05/2023 às 06:00.

A manhã da última segunda-feira (24/04) foi bastante tumultuada. Isso porque, em reunião extraordinária no plenário da Câmara, foi votado e aprovado em segundo turno o Projeto de Lei que proíbe a denominada linguagem neutra na grade curricular e no material didático de instituições de ensino públicas e privadas, impondo sanções administrativas às que violarem a regra.

Enquanto ocorria a votação do projeto, cidadãos presentes na galeria do Plenário se expressaram a favor e contra a proposta. Como sempre, militantes de esquerda foram tumultuar a votação e inclusive durante a fala do vereador Marcos Crispim, que defendeu a proibição da linguagem neutra, uma mulher o atacou com falas racistas contra o parlamentar, o que levou o presidente Gabriel a intervir.

Marcos Crispim saiu imediatamente da reunião para prestar queixa na delegacia e a mulher que o ofendeu foi retirada pelos seguranças das dependências da Câmara Municipal. O ataque veio justamente por parte daqueles que dizem combater o preconceito. A esquerda se omitiu e passou pano para a atitude da manifestante.

Como líder da Frente Parlamentar Cristã, é meu dever alertá-los sobre os perigos da linguagem neutra e da sua inclusão no currículo escolar. Só para constar, com certeza, votei a favor do projeto.

De inclusiva essa linguagem não tem nada, pois exclui pessoas, como as com deficiência intelectual ou que usam tecnologias assistivas para navegar na web e prejudica o aprendizado nas escolas. Isso porque atrapalha a compreensão das pessoas que têm dislexia, confunde os surdos que se comunicam através da leitura labial e atrapalha os cegos que leem através de softwares, já que os aparelhos precisariam ser reconfigurados para abarcar o dialeto.

Além disso, a norma padrão da língua portuguesa já inclui o gênero neutro. De acordo com a professora Cíntia Chagas, “não faz sentido falar ‘todxs’ ou ‘todes’. Isso é um assassinato, uma esquizofrenia. No latim, nós tínhamos a terminação em ‘U’ que representava o gênero neutro. Quando o latim deu origem ao português, o masculino passou a compreender o gênero neutro. Por isso que quando eu digo ‘boa noite a todos’ estou me referindo a homens e mulheres. Além disso, substituir as letras ‘a’ e ‘o’ ao final das palavras por ‘e’ com a pretensão de neutralizar o gênero é uma grande bobagem porque é algo totalmente arbitrário. Por exemplo, a palavra ‘pente’ termina em ‘e’ e continua sendo um termo masculino”.

A linguagem neutra leva para a gramática a pretensão da Ideologia de Gênero em negar que o ser humano é homem ou mulher.  O que querem na verdade é guiar as pessoas com base na ideologia, tratada como um fato científico, mesmo que se trate apenas de uma suposição.  Neste caso, as palavras são apenas instrumentos políticos. Mudar a estrutura da língua é o primeiro passo para alcançar a cultura.

Em Belo Horizonte, não!

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