
No dia 31 de outubro, celebramos os 508 anos da Reforma Protestante, um movimento que mudou o rumo da história. Em 1517, Martinho Lutero fixou suas 95 teses na porta da igreja do Castelo de Wittenberg, desafiando uma estrutura religiosa e política que havia se afastado da essência do Evangelho. Aquele ato simples de coragem deu início a uma transformação que ultrapassou as paredes das igrejas e alcançou a cultura, a educação, a política e a forma de pensar da sociedade ocidental.
A Reforma nos ensinou que a verdadeira mudança começa quando deixamos de nos conformar. Foi a redescoberta de que a fé não é um ritual imposto, mas uma relação viva e pessoal com Deus. Lutero e os reformadores resgataram verdades eternas como a salvação pela graça, a autoridade das Escrituras e o sacerdócio universal dos crentes que continuam ecoando até hoje, inspirando liberdade, responsabilidade e justiça.
Em Belo Horizonte, temos o privilégio de celebrar oficialmente essa data. Em 2017, apresentei e tive a alegria de ver aprovada a Lei Municipal nº 11.077, que instituiu o Dia da Reforma Protestante no calendário oficial da cidade. Também sou autor da Lei nº 11.270/2020, que criou o Dia da Bíblia, comemorado anualmente no segundo domingo de dezembro. Essas leis representam mais do que datas simbólicas, elas reconhecem a importância da fé, da Bíblia e dos valores cristãos na formação moral e social da nossa cidade.
A Reforma Protestante não trouxe apenas um novo olhar sobre a fé, mas também promoveu avanços na educação, na alfabetização e na valorização do indivíduo diante de Deus. O acesso à leitura da Bíblia impulsionou o ensino, inspirou o surgimento de universidades e contribuiu para o fortalecimento da ética no trabalho e da responsabilidade social. Onde a Palavra de Deus foi colocada em primeiro lugar, a sociedade prosperou.
Mas a Reforma não é apenas um marco histórico. Ela é um convite permanente à reflexão. Todos nós precisamos de reformas na fé, na família, na política e na forma como tratamos o próximo. Uma sociedade justa e livre depende de cidadãos que não aceitam o erro como normal, mas que têm coragem de recomeçar, mudar e voltar aos princípios corretos.
Por isso, aproveitando essa data, convido cada um de nós a olhar para dentro e perguntar: o que precisa ser reformado em mim? Em tempos de tanta confusão moral, relativismo e inversão de valores, a Reforma continua sendo uma inspiração poderosa para restaurar o que é verdadeiro e essencial.
Que nunca deixemos de buscar a transformação que vem do alto, aquela que começa no coração e se reflete na sociedade.
Deus abençoe Belo Horizonte. Deus abençoe o Brasil.