Torre do Barreiro será tombada como patrimônio histórico de Belo Horizonte

Apesar de ainda muito imponente na urbana paisagem da região do Barreiro, a grande chaminé de tijolinhos da olaria da antiga Fazenda do Pião apresenta claros sinais de degradação, tais como frestas e rachaduras, sendo que sua extremidade já se encontra parcialmente desabada.

A antiga chaminé foi o que restou de um extenso conjunto de estruturas da olaria, pedreira, barracões e oficinas dos colonos italianos Gatti, que adquiriram terrenos da Fazenda do Pião, originalmente propriedade do escravagista Coronel Damaso da Costa Pacheco.

Muitas famílias de imigrantes italianos, portugueses, alemães, japoneses, espanhóis, dentre outras nacionalidades, se instalaram inicialmente na “Colônia Agrícola Vargem Grande” no final do século XIX, onde se dedicaram a atividades agrícolas e produção de alimentos, abastecendo a região do Curral Del Rey, aproveitando a fertilidade do solo e a abundância de córregos.

A olaria dos “Irmãos Gatti” empregou por décadas muitas pessoas e se tornou importante referência no início do século XX, inspirando o nome do bairro Olaria. A preservação da chaminé é muito importante para a comunidade local e para a história da construção da cidade e de seus trabalhadores. 

Foi por isso que em 2019 protocolei junto à Prefeitura de Belo Horizonte o ofício 1209/2019, onde solicito os encaminhamentos necessários para realização de obras de restauro, bem como a instalação de processo para tombamento da grande chaminé.

Já são dois anos que tenho cobrado e articulado na prefeitura e junto aos representantes da comunidade local para que, com as obras do PAC 2, a tão esperada reforma aconteça. A boa notícia é que a prefeitura já sinalizou positivamente quanto à restauração e o tombamento do bem.

Com mais de 160 anos, contados a partir do registro da Fazenda Barreiro, datado de 3 de agosto de 1855, a regional barreiro é formada por 54 bairros e 18 vilas, com 70 mil domicílios que abrigam aproximadamente 300 mil habitantes. É mais antiga que a própria capital.

Esse será o primeiro bem tombado na regional Barreiro, uma grande conquista para a cultura e identidade da comunidade e irá representar tanto o resgate quanto a preservação da história e da memória do Barreiro e de todo o povo belo-horizontino.