Com milhões de pessoas se preparando para diversos concursos, é natural que surja uma literatura voltada para esse público. O professor e juiz federal William Douglas é o pioneiro com suas técnicas de estudos. A propósito, a segunda edição de meu livro terá o prefácio dele, o que muito me honra.
Em Brasília, o grupo de humoristas G7 fez sucesso no teatro com a comédia “como passar em concurso”. Agora chegou a vez do cinema com o filme “o concurso”. Trata-se também de uma comédia, cujos protagonistas podem ser assim descritos: 1) o homossexual que não se admite como tal e é pressionado pelo pai; 2) o jovem pacato que faz dos estudos uma fuga das pressões da namorada, filha de um atirador de facas; 3) o pobre que deixa a mulher grávida em busca de um futuro melhor para si e para a família; 4) o desonesto que envolve os outros três numa tentativa de fraude.
Em várias cenas, o pai do homossexual aparece em alucinação com suas pressões. Durante a prova, lá está ele: “Se você errar esta questão nem precisa voltar para casa!” Apesar do exagero próprio do humor, a história é útil para reflexões. Os candidatos, antes de alcançar aprovação no concurso, esperam aprovação das pessoas que o cercam. O “gay” quer a aprovação do pai. O jovem pacato quer ser menos pressionado pela namorada. O pobre quer o apoio da esposa grávida. E até mesmo o desonesto quer ser aprovado pelo chefe da quadrilha.
A cena que ilustra isso é o momento da prova oral, quando os familiares e amigos dos candidatos estão presentes. Diante das perguntas feitas, as respostas não são para a comissão do concurso e sim para a plateia. O homossexual “sai do armário”, o jovem pacato comemora o fim de sua disfunção erétil, e o pobre recebe o apoio da esposa. Quanto ao desonesto, também conseguiu o que realmente queria: alcançou posição de destaque na quadrilha que vende gabaritos.
Enfim, o filme leva a esta reflexão: você espera a aprovação de quem? Para ter sucesso nos estudos, como de resto na vida, é bom que as pessoas ao seu redor gostem de você do jeito que você é. Mas isso começa por você mesmo.