Erasmo Carlos, um dos ícones da Jovem Guarda, nos presenteou com muitas músicas de sucesso. Numa delas ele descreve a desilusão que assola os sentimentos da amada. Mas, para animá-la, ele faz o papel de galanteador, tal como o cavalheiro que se coloca de joelhos para beijar a mão da donzela. E sugere modestamente: “Você precisa de um homem pra chamar de seu, mesmo que seja eu”.
Outros versos dessa música nos ajudam a refletir sobre o ano que acabou e O novo que começa. Vejamos:
“Sei que você fez os seus castelos / E sonhou ser salva do dragão”. Talvez você tenha sonhado com castelos em 2024. Mas se eles ruíram, como aqueles que são feitos na areia, saiba que será diferente em 2025. E, seja qual for o seu sonho de sucesso, ele passa pelos estudos.
Vejamos outros versos:
“Filosofia e poesia / É o que dizia minha vó / Antes mal acompanhada do que só”. Aí eu discordo do autor. E farei um trocadilho sobre o que a Lua disse para o Sol quando ele a pediu em namoro, e que expressa o contrário do que disse o Tremendão: “Antes Sol do que mal acompanhado”.
“Você precisa de um homem pra chamar de seu / Mesmo que esse homem seja eu”. Nesses versos Erasmo Carlos foi muito além de contrastar o galanteio com a modéstia. Ele cunhou uma expressão que entrou para a história de Língua Portuguesa.
Quando desejamos sucesso para alguém, seja em qualquer área, é comum nos expressarmos assim: você precisa disso ou daquilo para chamar de seu. Então, mesmo que seus castelos tenham desmoronado em 2024, eu te desejo, para 2025, um sonho para chamar de seu. E, para realizá-lo, siga firme nos estudos.
E claro: se o seu objetivo é passar num concurso, fique com essa paráfrase à música aqui comentada: “Você precisa de um concurso para chamar de seu”.
A todos eu desejo um Ano Novo de grandes conquistas.
* José Roberto Lima é advogado, delegado federal aposentado, mestre em Educação, professor da Faculdade Promove e autor de “Como Passei em 16 Concursos”. Escreve nesse espaço às quartas-feiras.