No último dia 25 de junho escrevi o artigo “Estudar e criar um bebê reborn”. Argumentei que esse hobby pode ajudar o(a) estudante nos momentos de distração e lazer. Mas, como tudo na vida, o exagero pode atrapalhar mais que ajudar.
Nada, porém, substitui os bons relacionamentos com nossos semelhantes de carne e osso. É isso que nos dá sentido à vida e motivação para vencer muitas e muitas batalhas.
As pessoas ao redor, quando a convivência é boa, propiciam um cotidiano com as melhores oportunidades de associar ideias e memorizar dados. Por exemplo: alguém se esquece de uma viagem turística, acompanhado dos melhores amigos ou da pessoa amada? Claro que não. As emoções propiciadas por nossos relacionamentos contribuem de tal modo com a memorização que, às vezes, tentamos nos esquecer de alguém e não conseguimos.
O professor Sérgio Carvalho, que iniciou sua carreira lecionando Física aos dezoito anos de idade, é Auditor da Receita Federal. Ele escreveu um artigo genial, denominado “Como aumentar a concentração e a memória”. Recorrendo a uma linguagem lúdica, ele descreve a rotina de um estudante para depois convidar o leitor a brincar de jogo dos sete erros.
O primeiro erro que ele aponta é que o estudante “esqueceu que havia uma família para abraçar”. Prosseguindo nos sete erros, ele sugere: “Se não existirem filhos ou cônjuges, abrace seus pais ou seus irmãos. Se não houver ninguém, abrace o seu cachorro”.
Às sugestões do professor Sérgio Carvalho, faço um acréscimo. Se você não tem um pai, um filho, um irmão ou um cônjuge, experimente cumprimentar os funcionários da padaria. Se você não frequenta uma padaria, cumprimente a funcionária do teleatendimento. Se você faz as encomendas por inteligência artificial, cumprimente quem faz a entrega. Se não tiver oportunidade de cumprimentar nenhuma dessas pessoas, frequente uma creche ou um asilo.
Se nada disso for possível, faça como sugere o professor Sérgio Carvalho: cuide do seu cão. Melhor ainda é quando você tem uma família e amigos para abraçar e, de quebra, tem um amigo canino fiel.
Os cães são mesmo ótimos amigos, que vêm nos acompanhando desde os tempos das cavernas, emprestando-nos seu olfato, seu instinto de guardião e sua lealdade. Mas quando lhe aparecerem pessoas que mereçam seu apreço, não seja um cachorro para elas.
A todos, desejo bons estudos.
* José Roberto Lima é advogado, delegado federal aposentado, mestre em Educação, professor da Faculdade Promove e autor de “Como Passei em 16 Concursos”. Escreve nesse espaço às quartas-feiras.