“Roberto, você tem um ímã no coração que atrai as crianças”. Esse foi o elogio mais generoso que já ouvi. É claro que recebi críticas (construtivas, na maioria). E também recebi outras sem generosidade, relacionadas às minhas atitudes fora do contexto, e resmungadas na minha ausência. Mas essas não têm importância.
O que tem importância mesmo é a espontaneidade das crianças. E tenho a alegria de tê-las como leitores e leitoras. Entre várias, merecem destaque dois gêmeos e uma garota que é vizinha deles. Desde os sete anos de idade, eles foram atraídos pelo meu ímã, instalado bem no fundo do coração.
Eles adoram as minhas histórias de quando eu era criança. E ouvem atentamente os relatos das minhas travessuras infantis. Pelo olhar, dá até para supor o que eles pensam enquanto ouvem: “Como será que o Tio Roberto saiu dessa para não apanhar?”. Ah, sim: eles me chamam de tio.
Claro que, por sermos de gerações diferentes, temos mentalidades diferentes. Mas isso nos completa. E daí decorrem situações inusitadas. Por exemplo: eu fiz um carrinho de madeira, semelhante ao que eu fazia quando era criança. Então, para mostrar aos colegas da escola, eles procuraram pelo brinquedo no meu canal do YouTube. E acharam um absurdo eu não postar nenhum vídeo com esse conteúdo.
E o que isso tem a ver com técnicas de estudo, memorização e aprendizagem, que é a temática desta coluna? Tem tudo a ver. Porque, com sentimentos mútuos de admiração e respeito, eu os ajudo nas tarefas escolares, motivando-os a irem além dos exercícios propostos.
Certa vez, o professor de Geografia propôs um trabalho sobre a corrida espacial. Então, no melhor estilo “Casseta e Planeta”, fizemos o roteiro de um telejornal com notícias que percorreram toda a segunda metade do Séc. XX. E hoje, além de compreenderem vários aspectos da História, eles dominam conceitos e fórmulas da Física e da Astronomia.
Por esse e por outros trabalhos escolares, eles têm tudo para brilhar no ensino médio, e depois na faculdade que escolherem... quiçá nos concursos públicos. Então, neste mês de outubro, em que comemoramos o Dia das Crianças, presto a minha homenagem aos meus três amigos do coração.
Estendo essa homenagem a todas as outras crianças que me leem. E deixo, para cada uma delas, esta mensagem: estude, mas não porque os adultos te obrigam a estudar. Estude para embarcar na mais empolgante aventura da humanidade: a aventura de aprender.
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