José Roberto Lima*
No dia 8 de março de 2015, escrevi nesta coluna o artigo “Mulher: direitos iguais, aprovações diferentes”. Lembrei que, na década de 60, a Revolução Feminina influenciou legislações mundo afora, pela igualdade de direitos entre homem e mulher.
No esporte, especificamente no futebol, houve muita resistência de se admitir a mulher como atleta ou como árbitra. Mas elas superaram todos os preconceitos. É por isso que, noutro artigo, em homenagem às nossas garotas que brilharam nas Olimpíadas, escrevi que “futebol é para homem... (... assistir e bater palmas)”.
Há, porém, outro esporte um pouco esquecido ultimamente. E nele as mulheres estão brilhando. Refiro-me ao jogo de malha, que é assemelhado ao boliche. Mas, em vez de vários pinos, o objetivo é derrubar apenas um, com o arremesso de chapas circulares, feitas de aço.
O jogo é disputado em duplas ou quartetos, ficando o companheiro de equipe no extremo oposto da faixa, de onde também se faz arremessos. Daí resulta que o seu adversário fica a seu lado, numa das pontas da faixa de jogo.
Isso propicia os ensinamentos de lealdade e de distinção entre o desafeto e o simples adversário que, afinal, pode ser seu melhor amigo. Para saber mais, acesse www.youtube.com/watch?v=rvqp4w06ZxQ&t=341s ou https://youtu.be/lz9eixS8Iug).
E eis que, no último final de semana, a Associação Atlética Ferroviária, de Pindamonhangaba/SP, promoveu a 17ª Taça Brasil de Clubes Campeões. E, entre as equipes, a de maior destaque foi a das meninas da cidade paulista de Mauá.
Como não há embate físico, elas enfrentaram as equipes masculinas. E não se abalaram com os torcedores do time local, sempre empenhados em desconcentrar o adversário com algazarras que antecedem os arremessos. Elas compreenderam que, como dizia um participante de um reality show, isso “faz parte” da disputa.
E o mais importante: pela participação delas, a malha começa a se popularizar novamente. E esse ressurgimento vem acompanhado da conquista feminina de mais um espaço.
Assim, além das mulheres brilharem em tantas atividades, que outrora eram exclusivas dos homens, agora elas chegaram para triunfar em mais um esporte. E que continue assim, com vitórias femininas no esporte, nos estudos, nos concursos e no Enem.
Então - meninas de Mauá - vocês venceram, independentemente dos resultados da 17ª Taça Brasil de Malha. Vocês venceram para si mesmas e para todas as mulheres.
A todos eu desejo bons estudos. E boas práticas no esporte.
*Advogado, professor da Faculdade Promove, autor de “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas-feiras.