Namorar é preciso, estudar...

Nesta semana em que comemoramos o amor, façamos uma paráfrase à literatura lusitana, mais especificamente a esses versos de Fernando Pessoa: “navegar é preciso, viver não é preciso“. Sim. Ao longo dessa existência terrena, o melhor caminho para ser feliz é a disposição de dar a vida por uma causa, ou uma por uma pessoa.

Então, para os corações apaixonados, não há dúvida de que “namorar é preciso“. Mas... e estudar? Podemos dizer que “estudar não é preciso“?

Ninguém há de sentir peso com a frase “namorar é preciso“. Afinal, todos nós gostamos de namorar. Mas, se eu te disser que “estudar também é preciso“, talvez você sinta o peso das tarefas escolares, recheadas por atividades que não lhe dão prazer. 

No entanto, assim como o namoro, que todos nós gostamos, eu te garanto que estudar também pode ser uma fonte de prazer. Isso depende da sua atitude em relação aos estudos.

Tudo... rigorosamente tudo que nos dá prazer é antecedido de treino e persistência. É assim com os vícios e é assim com as virtudes. Ninguém se torna jogador compulsivo porque participou de um bingo beneficente numa comunidade religiosa. Mas insista nessa conduta para ver o que acontecerá depois de poucas semanas. O vício vai se instalar fortemente.

Com os estudos é a mesma coisa: estude um pouco, mas todos os dias. Garanto que, ao final de dois meses você terá prazer em estudar e aprender. E o melhor: os outros prazeres, principalmente o namoro, será cada vez mais apaixonante. Porque você estará de bem com a vida, com seu parceiro amoroso, e com os estudos.

Então, em vez de atrapalhar, o amor só ajuda no progresso propiciado pelos estudos. Pare um pouco para pensar e rememore seus estudos desde os primeiros anos escolares. E me responda duas perguntas (as mesmas que eu fiz para um garoto de 14 anos, que ia mal nos estudos, mas, de repente, brilhou como ninguém): 1) Qual foi o ano em que seus estudos renderam mais? 2) Qual foi o ano em que você foi mais feliz?

Provavelmente a sua resposta coincidirá com o mesmo ano para as duas perguntas. Porque os estudos rendem quando você está feliz. E - por que não dizer? - seus estudos rendem quando você está amando e se sente amado.

Assim, desejo bons estudos a todos os apaixonados. E, aos que ainda não se apaixonaram, saiba que o seu dia vai chegar. Ah, vai.

José Roberto Lima é advogado, professor da Faculdade Promove, autor de “Como passei em 16 concursos“ e “Pedagogia do advogado“. Escreve neste espaço às quartas-feiras.