José Roberto LimaAdvogado, professor e palestrante, com a experiência de quem foi aprovado em 15 concursos públicos.

Pelé, o pensador, o adversário, o poeta

Publicado em 09/02/2022 às 06:00.

José Roberto Lima*

Escrevi nesta coluna dois artigos em homenagem ao Pelé. No primeiro eu comentei o hábito que ele tinha de, após o treino, dar voltas no campo e mentalizar os dribles contra o adversário da próxima partida.

Estudos em diversas universidades dos EUA, e também da antiga URSS, indicam significativos incrementos no esporte quando o atleta acrescenta a seus treinos esse exercício mental. E o nosso Pelé, o pensador, já sabia disso (veja o artigo na edição de 18.6.2017).

Assim também ocorre nos estudos. Acrescente momentos de meditação à sua rotina diária de aulas e leituras. E pense nas lições aprendidas. Você irá se surpreender com o salto na memorização.

Outro artigo em homenagem ao Pelé trata da distinção entre o inimigo e o adversário (publicação de 25.6.2017). Na Copa de 1970, ele recebeu a bola do Tostão, em trajetória diagonal. E deu um drible desconcertante no goleiro Mazurkievski, do Uruguai. Veja o lance em https://www.youtube.com/watch?v=Dmrm925C_Cg

Anos depois ele disse ter percebido que o adversário vinha na sua direção, com o propósito de agredir fisicamente. Então, decidiu desvencilhar-se do golpe, sem tocar a bola (e o goleiro, até hoje, tenta entender por onde ela passou).

Mas ambos souberam separar o adversário do inimigo. E tornaram-se bons amigos. Assim também devemos agir nos estudos e na vida. Afinal, e para ficar no âmbito do futebol, existe algum atleticano que não tenha um amigo cruzeirense, ou vice-versa? Conheço um caso de irmãos em torcidas rivais. E eles vão ao estádio juntos.

As histórias do Pelé não terminam por aí. Outro diferencial nos treinos dele consistia em exercitar os membros de ambos os lados do corpo. E ele se tornou ambidestro. Cobrava falta com o pé direito ou com o esquerdo, e com a mesma destreza.

Isso talvez explique a otimização dos dois hemisférios cerebrais, o que pode ter propiciado o desenvolvimento de outros dons artísticos, como, por exemplo, tocar violão e compor música.

Sim, leitor! O nosso Rei também é poeta. Quanto ele jogava no New York Cosmos, e inspirado pela saudade, ele compôs a música “abre a porteira”, gravada em pareceria com Jair Rodrigues. Assista ao vídeo em https://www.youtube.com/watch?v=IFqUfsk3ok8

Então, siga esses exemplos. Medite sobre seus estudos. Desenvolva uma atividade que lhe dê prazer. E, sobretudo, entenda que seus colegas, ainda que concorrendo à mesma vaga num concurso, não são seus inimigos. Você só tem a ganhar compartilhando conhecimentos com eles. Porque, assim, você aprenderá muito mais.

Desejo a todos bons estudos.

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