Nesses tempos de redes socais, os “teóricos da conspiração” descobriram um “tesouro” para difusão de ideias que agridem a Ciência, o bom senso e – principalmente – a verdade. A técnica é muito simples: recortar um fragmento de verdade e acrescentar detalhes que, embora mentirosos, fazem sentido para pessoas incautas.
Antes da Internet as conspirações se limitavam a poucos eventos que contavam com fartura de fotos, de textos, e de outros conteúdos. É o caso, por exemplo, da conquista da Lua em 1969: eram tantas as fotos disponíveis que os conspiracionistas puderam destacar algumas delas para acrescentar comentários mentirosos.
Nos tempos atuais, a questão se tornou muito mais grave. Porque, diante de um computador ou de um telefone celular, as fotos, os vídeos e os textos são abundantes, abrangendo qualquer assunto. E as conspirações aparecem em escala incomensurável, vitimando principalmente as crianças.
Houve o caso de um garoto de 7 anos, o qual disse ao pai que não queria mais ir à escola. Perguntado sobre o porquê, ele respondeu que a professora estava ensinando tudo errado. E se queixou: “Ela disse que a Terra é esférica, mas eu vi no YouTube que a Terra é plana.
Situações como essa tornaram a tarefa de ensinar um desafio gigantesco para professores de todos os graus de ensino. Porque, nesse contexto, as aulas prescindem de conteúdos em dobro. Não basta apenas ensinar; temos que, primeiramente, desmistificar as grandes mentiras montadas com pequenas verdades.
O aluno também sofre nesse novo processo de ensino-aprendizagem. Primeiro é necessário rever os “conhecimentos” que ele acha que tem. Isso exige uma nova forma de pensar, livrando-se, muitas vezes, de preconceitos arraigados durante vários anos.
Os alunos e as alunas que não conseguem fazer essa trajetória encontram dificuldades nas provas, sobretudo de concursos, quando as questões abordam temas desvirtuados pelos conspiracionistas. E qual assunto está livre de conspirações nos dias atuais?
Não é exagero dizer que, nesta era das redes sociais, todas as áreas do conhecimento estão sujeitas a “ensinamentos conspiratórios”. E as grandes mentiras são divulgadas por quem não tem o menor domínio do assunto.
Então, para você que quer ser bem-sucedido pelos estudos, com êxito nos concursos e nas provas em geral, confie nos seus professores. Fique longe dos conspiracionistas. E bons estudos.
Advogado, professor da Faculdade Promove, autor de “Como passei em 16 concursos” e “Pedagogia do advogado”. Escreve neste espaço às quartas. joserobertolima.jrl@gmail.com